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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática

Mapeamento das Pesquisas sobre Modelagem Matemática no Ensino Brasileiro análise das dissertações e teses desenvolvidas no Brasil.

Maria Salett Biembengut 1
Ana Luisa Fantini Schmitt  1
Emília Mello Vieira  1
Sandra Gumz  1
Tscharlene Michele da Silva  1
(1. Universidade Regional de Blumenau/ FURB)
INTRODUÇÃO:
Nesta pesquisa, tem-se como propósito analisar as pesquisas apresentadas nas dissertações e teses acadêmicas sobre modelagem matemática no ensino brasileiro. O termo ‘modelagem matemática’ como processo para descrever, formular, modelar e resolver uma situação problema de alguma área do conhecimento tem estado na literatura por longo tempo. Na literatura mundial de Educação Matemática há alguns indícios sobre quando e por meio de quem o termo ‘modelagem matemática’ passou a ser utilizado. No Brasil, os movimentos pela modelagem no ensino iniciou ao mesmo tempo que ocorriam em diversos países, graças aos professores, representantes brasileiros na comunidade internacional de Educação Matemática. Atualmente, o número de pesquisas e relatos de experiências em sala de aula apresentados em eventos de Educação Matemática tem aumentado de forma significativa, assim como de professores interessados por cursos e publicações. Contudo, ainda não se dispõe de um mapeamento das ações educacionais utilizando-se da modelagem matemática. Mapeamento que permita conhecer o entendimento dos professores sobre o assunto, bem como, possibilidades e dificuldades encontradas por eles nas práticas de sala de aula. Esta pesquisa faz parte deste pretexto: mapeamento das ações pedagógicas dos professores que tiveram algum contato com a modelagem matemática no ensino.
METODOLOGIA:

A pesquisa se realizou em três momentos. O primeiro teórico sobre concepção de modelagem matemática. O segundo, aplicação, teve duas unidades. Uma análise dos resumos das dissertações e teses sobre o tema para se efetuar classificação. Os dados foram obtidos no Banco de Tese-EDUMAT do CEMPEM da UNICAMP e nas bibliotecas das Universidades que tem Programas de Pós-Graduação em Educação. A segunda, estudo das 42 dissertações e 7 teses levantadas para identificar procedimentos metodológicos e público alvo ou campo de pesquisa. O terceiro momento teve como unidade o mapeamento aplicado, para avaliar os dados. Nesta identificação, se levou em consideração pontos relevantes ou significativos que valham como guia para compreender os elementos pesquisados. Foram levantados, por exemplo: a procedência dos pesquisadores e a Instituição e Cursos que atuam. A procedência dos pesquisadores não apenas permitiu identificar o espaço geográfico, como também, o contexto sócio-cultural deles, que sem dúvida, influi na formação das pessoas. A Instituição e Curso permitiram indicar fatores ambientais que influenciam a aprendizagem, o interesse, o entendimento sobre modelagem e possibilidades nas atividades educacionais.

RESULTADOS:

No primeiro momento da pesquisa, fez-se leitura dos resumos das 42 dissertações e 7 de teses e, em seguida, procurou realizar uma classificação. Identificou dois tipos de pesquisas: pesquisa com aplicação em sala de aula e pesquisa teóricas, baseadas em trabalhos acadêmicos. As pesquisas em sala de aula foram classificadas e organizadas em 4 categorias: Ensino Fundamental (8), Médio (14), Superior (19) e Formação de Professores (8). As teóricas (21) ainda não se fez outra classificação. A maioria dos trabalhos é oriundo de Programas de Pós-Graduação em Educação  As primeiras dissertações são da PUC-Rio: Modelos na Aprendizagem Matemática de Celso B. Wilmer (1976) e a segunda, Estratégia combinada de módulos e modelos interdisciplinares para o ensino de 2o grau de Jorge E. P. Sanchez (1979). O que pode ser verificado as pesquisas realizadas até meados da década de 1990, são baseadas em práticas de salas de aula com alunos das 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental; 1ª série do Médio e disciplinas de Cálculo e Álgebra de Educação Superior. Segundo SEVERINO (2001, P.9), “é a pratica que constrói a educação assim como toda a expressão da existência humana”. Ele afirma que a pesquisa educacional seria ‘muda’ se não expressasse as ‘vozes’ das pessoas diretamente envolvidas. Entende-se que as inteirações com os alunos permitem identificar melhor como os conceitos são captados e compreendidos não apenas pelos alunos como também pelo professor.  

CONCLUSÕES:

Pelo que se verificou, até o presente momento, há entendimentos ou concepções distintas sobre Modelagem Matemática no Ensino por parte dos autores das pesquisas. Embora Biembengut e Bassanezi, autores de livros brasileiros existentes na área, afirmam ser a Modelagem um método de pesquisa que uma vez utilizado no ensino deve levar o aluno aprender matemática e ao mesmo tempo, fazer pesquisa, boa parte das pesquisas, utilizam-se de Aplicações matemáticas em nome da Modelagem. Outro aspecto verificado, é que os trabalhos experimentais que constam nestas pesquisas são realizados com alunos de 5ª e 6ª série do Fundamental, 1ª série do Médio e em alguns casos, com alunos de Cálculo I. Isto é, onde os conteúdos matemáticos são aplicáveis em situações corriqueiras, do dia-a-dia. Quase nada em situações de diversas áreas do conhecimento que requerem modelos matemáticos em quase todas as situações problemas. Essa análise, ainda superficial, deve ser aprimorada na medida em que a autora desta pesquisa passar a entrevistar os autores destes trabalhos – próximo passo desta pesquisa. Conforme Levy (1998), “em nossas interações com as coisas, desenvolvemos competências. Por meio de nossas relações com os signos e com a informação adquirimos conhecimentos”. (LEVY, 1998, p. 27).

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

LÉVY, P.. A inteligência Coletiva – por uma antropologia de ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1998.

SEVERINO, A. J.. Educação, Sujeito e História. São Paulo: Olha D’ÁGUA, 2001.

Instituição de fomento: PIBIC/CNPq - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Ensino; Modelagem Matemática; Aplicações.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006