O trabalho que vem sendo realizado objetiva desenvolver um sistema de fotodegradação de corantes  utilizados na indústria de tingimento de fibras, utilizando-se filmes de dióxido de titânio comercial (Degussa P25) nanocristalino, depositados em placas de vidro, como catalisadores da reação de oxidação iniciada pela radiação ultravioleta.Inicialmente, utilizou-se o corante catiônico azul de metileno como modelo para os estudos.

Para a realização do trabalho, montou-se um fotoreator utilizando uma lâmpada de vapor de mercúrio (utilizada para iluminação pública) de 400W, presa na parte superior de uma caixa de madeira com as seguintes dimensões: 1 m de altura, 0,8 m de comprimento e 0,5 m de profundidade. No interior dessa caixa, a uma distância de 60 cm da lâmpada, foram colocadas, uma dentro da outra, duas caixas de vidro, semelhantes a aquários. A caixa interna, medindo 15x44x24 cm foi utilizada para acondicionar a solução de corante que foram irradiadas enquanto eram mantidas em constante circulação por meio de uma bomba peristáltica para permitir o contato direto com as placas de TiO_2, que totalizavam uma área útil de 216 cm². Através da caixa de vidro externa, medindo 11x40x20 cm, foi mantida uma circulação constante de água a fim de refrigerar a solução do corante que estava sendo irradiada no interior da caixa interna.

Foram realizados experimentos com duas soluções de azul de metileno, contendo 5 e 10 mg/L, respectivamente, monitorando-se continuamente a concentração do corante, durante 150 minutos de irradiação. Para avaliar o efeito da presença do TiO₂ nanocristalino, os experimentos foram realizados na ausência e na presença do mesmo, mantidas inalteradas as demais condições. Nos dois casos, observou-se uma taxa de redução na coloração da solução do corante, a concentração inicial do corante aparentemente constante, devida à sua oxidação.

Com a solução contendo 5 mg/L de azul de metileno observou-se que após os 150 minutos de irradiação, na ausência de TiO₂, a concentração inicial do corante foi reduzida em 32%, enquanto na presença de TiO₂ houve uma redução de 40,5% da concentração inicial do corante. 

Quando se irradiou uma solução contendo 10 mg/L do corante, as reduções foram de 19 e 33,5%, respectivamente.

Baseando-se nos resultados desses experimentos, realizados em duplicata, pode-se afirmar que o TiO₂ acelerou a processo de fotodegradação nos dois casos, sendo esse efeito ainda melhor evidenciado pela  solução mais concentrada do corante.