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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO NOS SISTEMAS: ITACOLOMI E SANTA RITA, OURO PRETO, MG.

 

Tanare Cambraia Ribeiro Ferreira 1
Alessandra Christine Antunes 1, 2
Cléia Costa Barbosa 1, 2
Vera Lúcia de Miranda Guarda 1, 3
Maria Cláudia Feres Monteiro de Castro  1
Maurício Xavier Coutrim 1, 4
(1. Universidade Federal de Ouro Preto; 2. Co-Orientadora; 3. PQ/DEFAR; 4. Pesquisador)
INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO

A ingestão ou exposição não intencional de águas contaminadas pode causar infecções gastrointestinais ou cutâneas, que estão relacionadas com agentes tóxicos, bactérias ou parasitas veiculados pelas mesmas. Devido a isso, a qualidade da água de abastecimento deve ser uma preocupação incessante para uma comunidade. Sua importância é enfatizada pelo Ministério da Saúde, através da Portaria 1469/00, vigente até março de 2004, quando foi substituída pela Portaria 518. Essas portarias estabelecem  os padrões de potabilidade para águas de consumo humano.

O sistema Itacolomi (SI) abastece uma população de cerca de doze mil habitantes, correspondendo a um terço da população urbana da cidade de Ouro Preto. O sistema Santa Rita (SR) abastece a população urbana do distrito de Santa Rita que é de aproximadamente um mil e oitocentos habitantes.

METODOLOGIA:

METODOLOGIA

 

Foram coletadas amostras em 54 pontos no SI  e 67 no SR, sendo:  água bruta do manancial (01 SI e 02  SR); reservatório primário (02 ETA/SI);  reservatórios secundários ou distribuição (08 SI e 05 SR); reservatórios terciários ou caixas domiciliares (29 SI e 60 SR) e mais outros 14 pontos coletados em torneiras de pontos de manobra, pontas de rede, escolas e praça (SI).

Um plano de amostragem aleatória foi realizado para selecionar as residências, baseando-se no número de ruas e de habitantes em cada setor. Foram aplicados questionários para avaliar o perfil das mesmas.

As coletas foram realizadas nos períodos úmido (março e abril de 2002 - SI e janeiro a abril de 2004 - SR), e seco (julho e agosto de 2002 - SI e julho a outubro de 2003 - SR). Parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos foram analisados. Exames parasitológicos em fezes, para avaliar a incidência de parasitas intestinais de possível transmissão hídrica foram realizados. Os parâmetros físico-químicos analisados foram acidez, pH, dureza, turbidez, cloretos, cloro residual, sólidos totais e medidas de temperaturas do ar e da água. A metodologia usada foi adaptada do Standard Methods. Na avaliação bacteriológica empregou-se a técnica dos tubos múltiplos, visando identificar e quantificar bactérias do grupo coliforme, indicadoras de poluição. A sedimentação espontânea (HPJ) foi usada na pesquisa de parasitas em fezes.

 

RESULTADOS:

 

A análise físico-química revelou que os parâmetros de pH e cloro residual não foram adequados nos dois sistemas. A turbidez apresentou-se elevada no sistema Santa Rita.

O resultado bacteriológico mostrou que a desinfecção é deficiente  . No sistema Santa Rita é resultante da elevada turbidez e da ausência de cloro residual nas amostras. No sistema Itacolomi, o tempo de contato necessário para a desinfecção não é obedecido e o cloro residual é perdido na tubulação reagindo com materiais orgânicos incrustados.

 A presença de parasitas de possível veiculação hídrica (Giardia lamblia, Entamoeba coli, Ascaris lumbricoides) foi observada nas fezes de moradores. No sistema Santa Rita, o estudo limitou-se a crianças de 03 a 06 anos.

 

 

CONCLUSÕES:

CONCLUSÃO:

 

A água de consumo não é potável nos sistemas estudados, de acordo com os parâmetros definidos pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde e pode ser responsável pela transmissão de doenças para cerca de 15.000 habitantes. Sugere-se uma melhoria no controle de qualidade do tratamento destas águas pelos órgãos competentes e um programa de educação higiênico-sanitária da população.

 

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Àgua; Coliformes fecais; Qualidade de água de abastecimento.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006