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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 7. Economia Regional e Urbana

MAPEAMENTO DOS ARRANJOS E SISTEMAS PRODUTIVOS LOCAIS DA ECONOMIA SERGIPANA

Alexsandra de Alencar Soares 1
Ricardo Oliveira Lacerda de Melo  1
(1. Departamento de Economia /UFS)
INTRODUÇÃO:

Os estudos sobre desenvolvimento regional e arranjos produtivos locais na economia brasileira vêm se disseminando. A abordagem dos arranjos produtivos enfatiza a importância da inovação, do conhecimento e da governança para o desenvolvimento da  competitividade dos empreendimentos produtivos. Tais elementos possuem papel estratégico no processo de crescimento e desenvolvimento econômico e social de um país. É observando esse fato que vimos através deste trabalho salientar a necessidade de mapeamento dos arranjos produtivos locais na economia sergipana a fim de dar suporte para as atividades de planejamento das ações de desenvolvimento científico e tecnológico, qualificação profissional e de geração de emprego e renda.

METODOLOGIA:

A presente pesquisa está direcionada ao estudo do mapeamento dos arranjos e sistemas produtivos locais do Estado de Sergipe, sendo enfatizada a importância da abordagem dos arranjos produtivos no processo de desenvolvimento econômico e social sergipano. Na primeira etapa desta pesquisa, foram realizadas leituras de materiais que tratem de temas relacionados com a mudança estrutural e a evolução da indústria brasileira desde a metade dos anos 50 até o fim da década de 90 e ao desenvolvimento regional em termos gerais. Ou seja, buscou-se uma visão mais ampliada, observando as mudanças estruturais que se verificaram no Brasil e nas regiões brasileiras. Em seguida, foi elaborada uma breve explanação sobre a importância da inovação e competitividade nos arranjos produtivos locais e sobre a importância dos micros e pequenas empresas neste novo paradigma. Foram utilizados textos, artigos e dados (IBGE /Sebrae-Programa Dlis) fornecidos pelo professor orientador da pesquisa e pela pesquisa on-line em vários sites com intuito do enriquecimento do trabalho, embasando os temas referidos no relatório. Em seguida, foi realizado levantamento juntoi as instituições que apóiam APLS no Estado buscando identificar as potencialidades de cada microrregião. Através deste trabalho podemos demonstrar como é importante o mapeamento dos possíveis arranjos produtivos locais para o Estado de Sergipe, com o fim de organizar uma política de planejamento e crescimento regionais.

RESULTADOS:

Constatou-se, através da pesquisa, que a estrutura produtiva da economia sergipana tem seu peso nas atividades urbanas, mesmo que as atividades tipicamente rurais respondam por grande parcela da força de trabalho ocupada e na geração de renda em expressiva parte do território sergipano. Na capital, Aracaju, há um diversificado parque industrial, com destaque da produção têxtil e alimentícia. Existem pólos tradicionais no interior do Estado, sendo estes importantíssimos na geração de riquezas e emprego. São eles: Estância, Riachuelo, Boquim, Itabaiana, Lagarto e Propriá. Os seguimentos na indústria de vestuário, calçados e artefatos de tecidos, química, minerais não metálicos, mobiliário e de madeira têm certa expressão no produto interno do Estado. Na industria têxtil Sergipana podemos citar o arranjo produtivo local do município de Tobias Barreto, que conta com cerca de 1300 estabelecimentos, dos quais cerca de 1000 estão voltados para a fabricação ou para fabricação e comercialização de confecções. A extração de petróleo, gás natural, sais minerais e a fabricação de fertilizantes, são atividades consolidadas que ainda geram bastante renda e empregos.  O setor de serviços (turismo, ensino, saúde) tem passado por intenso crescimento no Estado. A partir destes dados conseguimos relacionar os principais arranjos produtivos locais usando a subdivisão do IBGE das 13 microrregiões sergipanas, destacando nelas o que já existe na economia e suas respectivas potencialidades.

CONCLUSÕES:

O mapeamento teve o objetivo de demonstrar o que já existe na economia sergipana bem como o que pode passar a existir devido às potencialidades e vocações. É o caso de Tobias Barreto, no qual já há um trabalho conjunto entre órgãos e sociedade civil, servindo de exemplo para os outros municípios do estado.  Percebemos que alguns APLs têm base agrícola fruticultura irrigada dos projetos Califórnia e Platô de Neópolis. Notamos o valor da nossa produção de leite, que está presente nas atividades de todas as microrregiões. Sergipe, assim como outros estados da Federação, tem seu potencial vinculados a bases produtivas territoriais que podem ser identificadas e apoiadas Tentamos demonstrar o potencial produtivo das várias regiões do Estado de Sergipe com objetivo de planejar de forma participativa não apenas o crescimento do PIB estadual como também a obter ganhos sociais e de qualidade de vida. Geração de renda e emprego, investimentos, participação do governo e sociedade civil demonstram como o Estado está em nível mais avançado no tocante a cultura de crescimento regional.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Arranjos Produtivos Locais; Desenvolvimento Local; Mapeament.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006