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C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 5. Protozoologia de Parasitos

INFLUÊNCIA DA DIVERSIDADE CLONAL DO Trypanosoma cruzi NA RECRUDESCÊNCIA DA INFECÇÃO EM CAMUNDONGOS IMUNOSSUPRIMIDOS COM CICLOFOSFAMIDA.

 

Ivo Santana Caldas 1
Daniela Maria dos Santos  1
Vanja Maria Veloso  1, 3
Cláudia Martins Carneiro  1
Marta de Lana  2, 4
Maria Terezinha Bahia  1, 4
(1. Departamento de Ciências Biológicas, UFOP / DECBI; 2. Escola de Farmácia, UFOP / DEACL; 3. Instituto de Ciências Biológicas, UFMG / ICB; 4. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, UFOP / NUPEB)
INTRODUÇÃO:

A ocorrência da reativação da doença de Chagas crônica têm sido relatada em indivíduos expostos a agentes imunossupressivos. Curiosamente, a reativação da doença não ocorre em todos os chagásicos crônicos imunossuprimidos, indicando que a reativação pode ser dependente da população do parasito presente, uma vez que o curso da infecção experimental é influenciada pela população do parasita e pela resposta imune do hospedeiro. Neste estudo foi avaliada a correlação entre a divergência filogenética do T. cruzi e o tratamento com Benznidazol, em relação à reativação da doença de Chagas crônica em camundongos imunossuprimidos com ciclofosfamida ( I-Cy ).

METODOLOGIA:

Cinco amostras do T. cruzi  pertencentes aos genótipos 19 (Gambá cl1), 20 (Cuíca cl1 e P209 cl1 ), 39 (Bug 2148 cl1) e 32 (IVV cl4) foram inoculadas em camundongos. Os animais foram divididos nos seguintes grupos: grupos 1 e 2 imunossuprimidos aos  60 (final da fase aguda ) e 120 (fase crônica) dias após a inoculação, respectivamente; grupos  3 e 4 tratados com Benznidazol aos 10 ( fase aguda ) e 120 ( fase crônica ) dias após infecção e I-Cy 30 dias após tratamento. Os controles (grupos 5 e 6)  foram infectados mas não imunossuprimidos.

RESULTADOS:

Os resultados mostraram variabilidade na reativação da parasitemia após imunossupressão entre os camundongos infectados com os diferentes grupos genéticos. A imunossupressão 60 dias após infecção induziu recrudescência da parasitemia em 100, 100, 80, 25 e 0% nos camundongos infectados com os clones Cuíca cl1, P209cl1, Gambá cl1, IVV cl4 e Bug 2148 cl1, respectivamente. Entre os animais tratados com Benznidazol na fase aguda, a I-Cy após o tratamento induziu recrudescência em 100, 100, 80, 0 e 0% nos camundongos inoculados com as mesmas amostras, respectivamente. Nos animais I-Cy durante a fase crônica, a reativação foi de 50, 20, 40, 25 e 0%, enquanto nos animais tratados com benznidazol e I-Cy a reativação foi de 10, 50, 60, 0 e 0%, respectivamente.

CONCLUSÕES:

 A reativação da parasitemia foi mais freqüente entre os animais infectados com os clones pertencentes aos genótipos 19 e 20, demonstrando uma correlação entre a distância filogenética de clones do T. cruzi e a reativação da infecção após a imunossupressão com ciclofosfamida. Estes resultados mostram, ainda, que o tratamento com benznidazol não previne a reativação da parasitemia, principalmente entre os animais inoculados com os clones dos genótipos 19 e 20. 

Instituição de fomento: UFOP, Probic- FAPEMIG, FAPEMIG, CNPq.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Recrudescência; Imunossupressão; Ciclofosfamida.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006