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C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica

AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA DO FÍGADO, RIM E CORAÇÃO DE HAMSTERS HIPERCOLESTEROLÊMICOS SUBMETIDOS AO EXCESSO DE FERRO

 

Juliana Santiago da Silva 1
Vanessa Leite Andrade 1
Jacqueline Silva 1
Marcelo Eustáquio Silva 3
Maria Lúcia Pedrosa 1
Cláudia Martins Carneiro 2
(1. Depto Ciências Biológicas/ NUPEB/Universidade Federal de Ouro Preto; 2. Depto Análise Clínicas/Escola de Farmácia/NUPEB/UFOP; 3. Escola de Nutrição/NUPEB/Universidade Federal de Ouro Preto)
INTRODUÇÃO:

A aterosclerose é responsável por 48% das mortes nas sociedades ocidentais e está associada a vários fatores de risco, sendo a hiperlipidemia um dos principais. A menor incidência de ataques cardíacos ateroscleróticos em mulheres sugere que a redução dos estoques de ferro protegeria contra doenças cardiovasculares. Dados epidemiológicos apontam para associações positivas e negativas entre status de ferro e doenças cardíacas.  Estudos realizados em ratos e hamsters mostraram resultados também conflitantes: em ratos hipercolesterolêmicos o excesso de ferro diminuiu a concentração de colesterol e aumentou a concentração da fração HDL porém,  em hamsters hipercolesterolêmicos o excesso de ferro aumentou significativamente o colesterol sérico e todas as suas frações. O hamster apresenta em seu plasma significativa quantidade de LDL, a síntese de colesterol e a atividade do receptor de LDL no fígado são reguladas de forma similar à do homem e, além disso, desenvolve aterosclerose induzida por dieta. Este trabalho teve como objetivo avaliar as alterações histopatológicas do fígado, coração e rim de hamsters controles e submetidos à dieta hipercolesterolêmica, dieta com excesso de ferro, dieta hipercolesterolêmica e excesso de ferro.  

METODOLOGIA:
Considerando estes aspectos, este trabalho avaliou histologicamente o fígado, coração e rim de hamsters divididos em quatro grupos experimentais: Controle (C): tratados com dieta padrão; Controle com ferro (CF): tratados com dieta padrão e injeções intraperitoneais de ferro-dextran; Hipercolesterolêmico (H): tratados com dieta hipercolesterolêmica; Hipercolesterolêmico com ferro (HF): tratados com dieta hipercolesterolêmica e injeções intraperitoneais de ferro-dextran. Os animais foram necropsiados após 9 semanas de tratamento e os tecidos processados rotineiramente para a obtenção dos cortes histológicos, corados pela Hematoxilina-Eosina, Tricromico de Masson e Prata Amoniacal de Gomori. As lâminas foram avaliados ao microscópio óptico por dois diferentes observadores sendo seu grupo de origem decodificado ao final das análises.
RESULTADOS:

No coração observou-se congestão, degeneração hialina e processo inflamatório nos diferentes grupos não sendo detectada diferença significativa entre eles. No fígado observou-se processo inflamatório, depósitos de ferro em macrófagos, degeneração hidrópica e esteatose microvesicular nos diferentes grupos sendo observada diferença significativa apenas para o parâmetro esteatose microvesicular entre os grupos controle/controle tratado com ferro e os grupos hipercolesterolêmico/hipercolesterolêmico tratado com ferro (p<0,05). No rim observou-se processo inflamatório, congestão glomerular, alargamento da luz dos túbulos renais, redução de glomérulos e calcificação nos diferentes grupos sendo observada diferença significativa apenas para os parâmetros redução de glomérulos e calcificação entre o grupo controle e o grupo hipercolesterolêmico tratado com ferro (p<0,05). Em nenhum dos tecidos avaliados observou-se a presença de aterosclerose. As alterações renais sugerem que a associação dieta hipercolesterolêmica e excesso de ferro pode ser mais nociva que um dos fatores isolados somente.

 

CONCLUSÕES:
Embora vários eventos histológicos tenham sido observados não há significância estatística entre os  grupos, na maioria das vezes. A análise estatística mostrou diferença significativa para o parâmetro esteatose microvesicular entre os grupos controle/controle tratado com ferro e os grupos  hipercolesterolêmico/hipercolesterolêmico tratado com ferro, indicando que o aumento de colesterol observado quando da interação dieta hipercolesterolêmica e ferro não se deve a danos hepáticos. Observamos diferença significativa na avaliação da redução de glomérulos e calcificação entre o grupo controle e o grupo  hipercolesterolêmico tratado com ferro, indicando que associação dieta hipercolesterolêmica e excesso de ferro pode ser mais nociva que um dos fatores isolados somente.
Instituição de fomento: FAPEMIG - CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Aterosclerose; alterações histopatológicas; Hipercolesterolemia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006