O setor agrícola na Região do Vale do Rio Pardo caracteriza-se por uma forte participação de agricultores familiares, predominantemente dedicados à cultura do tabaco. Esta realidade, ao longo da última década, tem gerado uma busca crescente por alternativas de produção, com ênfase na implantação de áreas de cultivo sócio-ambientalmente sustentáveis. Estas iniciativas, por sua vez, demandam um aporte científico oriundo de pesquisas que apontem para a geração de novos conhecimentos e tecnologias agroecológicas.

A pesquisa aqui apresentada vem contribuir com esta necessidade, aumentando a produção de conhecimento e o desenvolvimento tecnológico voltado para a diversificação de culturas e o incremento da renda dos agricultores familiares, ao mesmo tempo em que promove a proteção e conservação da biodiversidade, sendo que também oferta-se um produto sem riscos à saúde do consumidor. Neste contexto, foram implantados 46 pomares, em média de 0,5 ha cada, em áreas piloto, entre as culturas amora, cítros, figo e pêssego, abrangendo os municípios de Cerro Branco, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Vale do Sol e Vera Cruz. Desta forma, a pesquisa aproximou o agricultor das tecnologias agroecológicas e também proporcionou uma nova fonte de renda, bem como, um maior aproveitamento da propriedade rural.

A convivência com o manejo das frutíferas sem o uso de agrotóxicos possibilitou ao produtor, além da diversificação agrícola, agregação de valor ao produto, através de compotas e conservas. Ao mesmo tempo, a relação homem/natureza se dá de uma forma interativa, pois, no cultivo agroecológico elimina-se a contaminação, não só do solo e das plantas, mas do homem, oportunizando assim uma harmonia entre homem e natureza.

Os resultados representam, acima de tudo, segurança aos que optaram pela diversificação e um estímulo aos que se mostravam inseguros em adotar estas práticas.