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G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia | ||
LAZER EM UBERLÂNDIA: BAIRRO ALVORADA (ESTUDO ETNOGRÁFICO) | ||
Ágatha Alexandre Santos 1 (agathalex@hotmail.com) | ||
(1. FACULDADE CIÊNCIAS SOCIAIS, FAFICS, UFU) | ||
INTRODUÇÃO:
(INTRODUÇÃO) Nas últimas décadas do século XX, as Ciências Sociais passaram a focalizar, de forma sistemática e específica, o tempo livre e o lazer que emergiram com força e identidade próprias na sociedade contemporânea. As contribuições de sociólogos, historiadores, antropólogos, psicólogos e geógrafos em torno das explicações sobre o que é, como é, quais os condicionamentos e conexões entre o tempo livre e as relações sociais engendradas pelos indivíduos que criam e vivem esse tempo livre demonstram a importância da compreensão deste fenômeno. As contribuições destas teorias esclarecem aspectos não somente de ordem econômica, mas sobretudo levam à reflexão sistemática sobre as mudanças sócio-culturais sentidas pela necessidade do lazer na vida das pessoas. Em se pensando nisto, o objetivo deste trabalho é o lazer, estudado a partir da realidade social da comunidade do bairro Alvorada, na cidade de Uberlândia, estado de Minas Gerais. Trata-se de buscar neste contexto comunitário a compreensão cultural das relações sociais entre os moradores do bairro Alvorada. |
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METODOLOGIA:
(METODOLOGIA) Para proceder à investigação, estrutura-se metodologicamente esta pesquisa a partir de três pilares fundamentais. Os tipos de pesquisa, ou seja, quais as pesquisas necessárias para definir e interpretar o objeto de pesquisa proposto - pesquisas teórica, documental, de campo e participante. O procedimento metodológico, caracterizado pela etnografia como forma qualitativamente rica para a percepção dos detalhes das manifestações sociais, e os dados estatísticos como meio de interpretar a realidade social em que vivem os indivíduos analisados. Os procedimentos técnicos - questionário, entrevista e diário de campo - que são os instrumentos de coleta de dados e reprodução da realidade social a ser investigada. |
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RESULTADOS:
(RESULTADOS) Diante da realidade cultural estudada nota-se que a lógica da complementaridade é desenvolvida a partir das relações sociais de reciprocidade, que mantém o indivíduo em dívida permanente com outro e, assim, ordenando a totalidade. A colaboração recíproca funda a solidariedade interna em que, cada morador do bairro, é uma manifestação de todos. A relação hierárquica, em que o morador do bairro Alvorada é englobado pela comunidade, é caracterizada por diversos aspectos que sustentam esta lógica: o cuidado com as crianças dos vizinhos, a manutenção das casas, os recados, etc. Ou seja, a troca de favores intermináveis ditam a sobrevivência social do lugar. |
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CONCLUSÕES:
(CONCLUSÃO) A experiência do lazer popular, vivido na comunidade, apresenta-se como característica da vida social capaz de fundar relações de lealdade e garantir a rede básica de sociabilidade. O lazer, compreendido desta forma, revela o estabelecimento de vínculos e qualifica as relações sociais como recíprocas, ao promover o encontro entre pessoas que se reconhecem como partes de uma mesma totalidade. A descrição das relações recíprocas e do lazer dos idosos no bairro Alvorada carateriza a “rede de significações” constituída pela vida comunitária. A troca de informações, os empréstimos, os favores, o apoio moral e, em especial, o lazer realizados pelos moradores só fazem sentido dentro dessa “rede”, cuja razão de ser está associada ao princípio da reciprocidade evocado durante o texto apresentado. Os fios tecem essa “malha” recebem atribuição de valor das pessoas que vivem no bairro, e que manifestam a todo o momento o sentimento de pertencimento à comunidade, formada não só pelos limites físicos e geográficos como também pelos sentimentos e emoções referentes à coletividade. Dessa forma, o sentido das práticas de lazer dos idosos (e também de todas as manifestações sociais) está condicionado pela rede de significações cujo sujeito de atribuição é este grupo comunitário. |
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Palavras-chave: LAZER; RECIPROCIDADE; TERCEIRA IDADE. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |