|
||
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental | ||
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO LIXO DOMÉSTICO E CONSEQUENTES PRAGAS URBANAS | ||
Andréia Colli 1 (andreiacolli@ufrrj.br), Daniela Fátima Rodrigues 2, Fabiana Fróes Cordeiro 3, Itaynara Batista 3 e Acácio Geraldo de Carvalho 4 | ||
(1. Graduanda de Engenharia Florestal, Instituto de Floresta – UFRuralRJ; 2. Graduanda de Ciências Agrícolas, Instituto de Educação – UFRuralRJ; 3. Graduanda de Engenharia agronômica, Instituto de Agronomia – UFRuralRJ; 4. Prof. Dr. Do Departamento de Produtos Florestais, Instituto de Floresta – UFRuralRJ) | ||
INTRODUÇÃO:
Em detrimento de toda tecnologia desenvolvida, a sociedade amplia desordenadamente a área de expansão urbana, reduzindo a biodiversidade ao interagir em condições essenciais de água, alimento e abrigo para sobrevivência da fauna em seu habitat natural, gerando uma situação de sinantropia, denominando-se pragas urbanas, que se desenvolvem através do lixo doméstico. O crescimento acelerado das metrópoles fez com que áreas disponíveis para alocar o lixo se tornassem escassas, dando-lhe fins inadequados, e desta forma, aumentando a poluição do solo, das águas e conseqüente aparecimento das pragas urbanas. Neste contexto, a educação ambiental se insere nas respostas aos problemas gerados pelo acúmulo de lixo doméstico, iniciando um processo de sensibilização, mudança de atitude e participação da população dentro de uma abordagem interdisciplinar, através de discussões em salas de aula, debatendo os problemas conflitantes ao invés de ignorá-los. O objetivo deste trabalho foi promover práticas interdisciplinares, a respeito da reciclagem do lixo doméstico e as pragas urbanas, em conseqüência do acúmulo de lixo, como instrumento educacional no desenvolvimento da percepção do educando através da interação fauna-homem, envolvendo as experiências pessoais dos alunos, construindo com os conhecimentos no processo ensino-aprendizagem. |
||
METODOLOGIA:
Em função da carência de trabalhos de educação ambiental aplicados à crianças recém-alfabetizadas no estado, este enfocou uma faixa etária de 9 anos. O estudo foi desenvolvido com sessenta e dois alunos de terceira série do ensino fundamental, na escola Professor Nabor Othuki, da rede pública, situada em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. A evolução da dinâmica se deu através de cinco oficinas, onde, na oficina 1, foram apresentadas duas fotos, uma de área poluída e outra de uma paisagem intacta, para que os alunos se despertassem para a questão, na oficina 2, em um painel com uma paisagem não muito densa, as crianças colaram figuras relacionadas à fauna e flora ou de resíduos, assim puderam expressar o conhecimento adquirido na primeira oficina. Após uma explicação sobre a importância da reciclagem de lixo, aplicou-se a oficina 3, onde, cada aluno recebeu um objeto para jogar no receptor de lixo específico para cada material, e como forma de conscientização da reciclagem, cada criança confeccionou um brinquedo usando garrafas plásticas descartáveis, pela oficina 4. Através da oficina 5, foram apresentados as principais pragas urbanas e os possíveis danos causados ao homem. A metodologia utilizou como instrumento para coleta dos dados, a aplicação de um questionário aberto, antes e após as oficinas, contendo as seguintes perguntas: 1. Qual deve ser o destino do lixo? 2. O que é reciclagem? 3. O que pode ser reciclado? 4. O que são pragas urbanas? |
||
RESULTADOS:
Analisando os resultados obtidos na primeira aplicação do questionário, observa-se na primeira questão, que 60% das crianças associam o destino do lixo à reciclagem, 12% à lixeira, 16% responderam que não se deve jogar lixo nas ruas e 12% não emitiram respostas. Após as oficinas, 98% dos alunos deram a resposta correta, atingindo as perspectivas esperadas com as oficinas. Na questão 2, 52% dos alunos responderam que a reciclagem é o reaproveitamento do lixo, 24% disseram que se trata da reutilização de latas, garrafas e papelão, 16% responderam que é a utilização do lixo para artesanatos e 80% não responderam, mostrando que em geral, essas crianças têm consciência do que se trata a reciclagem, sendo que após as oficinas, 100% destas, responderam que refere-se ao reaproveitamento de materiais que são descartados no lixo. No contexto reciclagem, na questão 3, antes das oficinas, 12% dos alunos disseram que poderia se reciclar latas, 8% garrafas plásticas, 20% latas e garrafas, 12% garrafas e papelão e 16% garrafas, latas, papelão e vidro e 32% não souberam responder. No segundo questionário 94% responderam metal, plástico, vidro e papel. Quanto às pragas urbanas, 36% dos estudantes citaram alguns animais como moscas, baratas, ratos, cupim, gafanhoto, e urubu, 28% destes correlacionaram a praga urbana ao lixo, 12% à dengue e 24% não responderam. Ao final, todas as crianças entenderam que pragas urbanas são animais que convivem entre os seres humanos, devido à presença do lixo. |
||
CONCLUSÕES:
Ao decorrer das oficinas, pôde-se observar o interesse dos estudantes pela problemática, despertando neles uma visão crítica, já que se trata do reconhecimento da realidade de cada aluno, sendo capazes de identificar-se como parte da sociedade, aptos a contribuírem com a alocação correta do lixo doméstico, reduzindo os danos causados pelas pragas urbanas, resultando assim, em uma melhoria da qualidade de vida. Analisando as respostas fornecidas, pode-se deduzir que a realização do curso gerou resultados positivos no que concerne à incorporação e reconstrução do conhecimento dos estudantes, estabelecendo uma relação entre a educação ambiental e o desenvolvimento de valores e atitudes que permitem adquirir uma consciência participativa a respeito do que acontece na sociedade. |
||
Palavras-chave: Educação ambiental; Lixo; Pragas urbanas. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |