ESTUDO INTEGRADO DE PLANTAS MEDICINAIS: BOTÂNICA, FARMACOGNOSIA E QUÍMICA APLICADAS À PADRONIZAÇÃO DE FITOTERÁPICOS

 

Mareni Rocha Farias

Professora Adjunta de Farmacognosia

Departamento de Ciências Farmacêuticas, CCS, UFSC,

CIF/CCS/UFSC, Campus Trindade, 88040-900,Florianópolis, SC

Fax (48) 331-9599, e-mail: marenif@yahoo.com.br

 

O uso de plantas medicinais é tão antigo como a vida humana. O homem foi descobrindo e diferenciando de modo empírico as plantas tóxicas das plantas com fim terapêutico. A partir do século XX, o avanço na área científica e da indústria farmacêutica contribuiu para o surgimento de novos fármacos e com estes maior cautela e rigor na regulamentação de novos produtos, tanto para os fármacos quimicamente definidos, quanto para fitoterápicos. Segundo a legislação brasileira, Fitoterápico é o medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais, sendo caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Considerando as características próprias da matéria-prima vegetal, a grande questão que se coloca é como garantir a eficácia, a segurança, a estabilidade e a qualidade dos fitoterápicos. As drogas vegetais podem apresentar variabilidade na composição química, dependendo do período vegetativo e de crescimento, das condições agronômicas e climáticas. As preparações vegetais dependem do método e do tempo de extração, do líquido extrator, relação droga vegetal/ líquido extrator, entre outros. A padronização compreende todas as medidas que garantam a reprodutibilidade da qualidade de uma droga vegetal, bem como dos extratos, ajustando-se a concentração de uma determinada substância ou classe de substâncias, as quais são determinantes para a ação, com especificação dos valores máximo e mínimo. A qualidade é dada por um conjunto de critérios que caracterizam o produto para o fim a que se destina, envolvendo a matéria-prima, o processamento e o produto acabado, incluindo, embalagem, bula, propaganda, etc... Entendemos que este trabalho deve ser interdisciplinar, envolvendo as áreas da botânica, agronomia, química, farmácia, farmacologia, toxicologia, antropologia, entre outras, onde cada um tenha conhecimento da contribuição dos demais, reconhecendo sua importância.