A IMPORTÂNCIA DO USO DAS INFORMAÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS NO PROCESSO DE
PLANEJAMENTO
José Ribeiro Soares
Guimarães[1]
As informações sociodemográficas
são de suma importância no processo de planejamento e tomada de decisão. O
efetivo conhecimento da interação entre as tendências de crescimento, migração
e estrutura etária da população é determinante para o planejamento da
distribuição de bens e serviços e atendimento das demandas sociais.
A perfeita compreensão das tendências de distribuição da
população por idade e sexo, por exemplo, é de fundamental importância no
processo de delineamento e elaboração de políticas voltadas para o atendimento
das demandas sociais. Tal importância decorre do fato de que cada política
social tem um público-alvo determinado, diferenciado em termos de volume, ritmo
de crescimento, composição e distribuição espacial pelo território. Essa
configuração demográfica dos públicos-alvos está estreitamente relacionada ao comportamento
das necessidades e requerimentos de serviços dos indivíduos ao longo do ciclo
de vida de indivíduos e famílias.
Diante deste contexto, as
informações e análises demográficas são imprescindíveis no processo de tomada
de decisão. Por outro lado, observa-se que é ainda muito incipiente o
conhecimento/uso de tal potencialidade por parte do setor privado e até mesmo
do setor público.
O objetivo deste trabalho é
demonstrar empiricamente a grande potencialidade das informações e análises
sociodemográficas no processo de planejamento, com ênfase no estudo dos
subespaços municipais. Para tanto, tomando como referência a cidade do
Salvador-BA (terceira maior do país em termos populacionais) será utilizado um
recente recorte de análise disponibilizado pelo Censo 2000 do IBGE – as Áreas
de Ponderação. De acordo com o conceito desenvolvido pelo IBGE para o Censo
2000, as Áreas de Ponderação são unidades geográficas, formadas por
agrupamentos mutuamente exclusivos de setores censitários. Elas são utilizadas
para procedimentos estatísticos de garantia da qualidade das informações
pesquisadas na Amostra, compatíveis com as investigadas para a população como
um todo. Permitem, pois, a análise de dados mais desagregados em áreas de maior
concentração de população.
A utilização das áreas de
ponderação serve para enriquecer e aprofundar a análise sociodemográfica
municipal, na medida em que permite dispor de dados bastante importantes para
caracterizar as diferenças em seus subespaços – característica marcante dos
grandes municípios brasileiros - e incorporar análises de outras dimensões das
condições de vida da população com base em informações que só constam no
questionário da amostra, a exemplo da inserção no mercado de trabalho, renda
familiar, atributos de cor ou raça, fecundidade, migração etc.
[1] Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais
pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) do IBGE, Membro da
Diretoria da Associação Brasileira de Estudos Populacionais – ABEP, Diretor de
Estudos e Pesquisas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da
Bahia – SEI e Professor da UNYAHNA e da FACET – Faculdade de Artes, Ciências e
Tecnologia. E-mail: ribeiro@sei.ba.gov.br.