A NECESSIDADE DE NOVAS ESTRATÉGIAS E FORMAS DE GESTÃO NO SISTEMA ESPACIAL BRASILEIRO
Décio Castilho Ceballos (*)
Instituto Nacional de
Pesquisas Espacial – INPE
Resumo
O objetivo da palestra é apresentar estratégias e formas de
gestão baseados em práticas fundamentadas em ciências, teorias e métodos
compatíveis com o modelo brasileiro de gestão pública, que se adotadas poderiam
transformar o programa e as organizações espaciais brasileiras. A apresentação
utiliza como referência o modelo de gestão matricial utilizado pelo Inpe, que
concilia os resultados das “ações” para desenvolvimento de produtos (satélites
e outros) com os resultados da gestão dos objetivos estratégicos
institucionais.
O modelo de gestão apresentado tem duas principais
vantagens: uma primeira representada pela capacidade de alinhamento estratégico
entre o planejamento das organizações e os programas nacionais, e uma segunda
representada pela estrutura de gestão estratégica centrada no mapeamento do
conhecimento e na inovação. O alinhamento estratégico entre programa e
organização tem como premissa a relação entre grandes “demandas” públicas (no
planejamento do programa) e as grandes “áreas” do conhecimento (no planejamento
das organizações de c&t), permitindo construir paralelos e relações na
construção de cenários, na construção da visão estratégica, na definição das
estratégias, e das ações.
A palestra apresenta ainda as novas práticas de planejamento
e gestão como facilitadoras na definição de novas estratégias, por exemplo,
para alinhamento do planejamento estratégico espacial do programa e das
organizações tendo as “demandas” públicas como foco de planejamento. O enfoque
estratégico precisa ser aprimorado para que organizações como o Inpe orientem
suas estratégias na construção de uma liderança sólida na “demanda” de novos
produtos espaciais, em particular, de novos nichos de satélites, de forma mais
ampla e abrangente do que simplesmente buscar ou desenvolver usuários. O
sistema nacional de desenvolvimento das atividades espaciais pode e deve
“vender” satélites, mas precisa ampliar seu enfoque estratégico, no
planejamento e desenvolvimento do seu poder de “compra”.
Finalmente, a palestra conclui contextualizando o modelo
apresentado em um sistema mais abrangente de política e gestões espaciais, que
incluiria ainda elementos outros como a capacidade política e diretiva, e a governabilidade
institucional.
(*) ceballos@dem.inpe.br, P.O.BOX –515, CEP 12245-970, SJ
Campos, SP, Brasil