Resumo
A exploração da força-de-trabalho
infantil (10 a 14 anos) é um fenômeno com conseqüências éticas e sociais
complexas. Várias teorias que justificam, por caminhos diversos, a
interferência dos preconceitos na qualidade de vida relacionada ao trabalho,
educação, lazer, moradia, saúde e situação da criança carente no Brasil. Tudo isso fundamentou de maneira efetiva o
desenvolvimento deste trabalho.
Realizou-se uma pesquisa numa indústria de cerâmica de Russas, com 10
trabalhadores, através da entrevistas gravadas em áudio tratando de educação,
trabalho, saúde, alimentação, lazer, família. Fez também fotos dos locais de
trabalho e moradia das crianças. Procurou-se enfocar os desejos, aspirações e
experiências desses menores como instrumento que deve ser utilizado para a
melhoria da vida das crianças trabalhadoras. A partir da análise dos dados
concluiu-se que a má qualidade de vida das famílias carentes da área rural
reflete as precárias condições vivenciadas nas etapas iniciadas da vida dos
menores, intensificadas pelas constantes insatisfações existentes e também
ocorre um processo de fim antecipado da infância. Crianças assumem tarefas,
desejos, experiências e responsabilidades semelhantes as dos adultos
trabalhadores.
Palavras-chave: Sofrimento;
Trabalho infantil; Exclusão; Indústria; Atraso tecnológico.
[1] Duas fontes foram especialmente importantes para este texto: a monografia de graduação do Alan Chaves. Sonhos e aspirações das Crianças e Adolescentes Trabalhadores das Cerâmicas de Russas orientada por mim, Daniel Rodriguez de Carvalho Pinheiro, e a pesquisa que e a pesquisa feita a partir dos processos judiciais que envolvem violência juvenil intitulada A Famí’lia do Adolescente Infrator coordenada por mim e pelo professor Aníbal Pires.
[2] Psicólogo do Juizado da Infância e Adolescência, Fortaleza; professor da Universidade de Fortaleza.
[3] Arquiteto e Doutor Sociólogo. Professor. MaiIto: <daniel@unifor.br>