[1]Eu já estou grande e não penso nisso. Revendo a discussão sobre o trabalho infantil.

Aníbal Pires[2]

Daniel Rodriguez de Carvalho Pinheiro[3]

Resumo

A exploração da força-de-trabalho infantil (10 a 14 anos) é um fenômeno com conseqüências éticas e sociais complexas. Várias teorias que justificam, por caminhos diversos, a interferência dos preconceitos na qualidade de vida relacionada ao trabalho, educação, lazer, moradia, saúde e situação da criança carente no Brasil.  Tudo isso fundamentou de maneira efetiva o desenvolvimento deste trabalho.  Realizou-se uma pesquisa numa indústria de cerâmica de Russas, com 10 trabalhadores, através da entrevistas gravadas em áudio tratando de educação, trabalho, saúde, alimentação, lazer, família. Fez também fotos dos locais de trabalho e moradia das crianças. Procurou-se enfocar os desejos, aspirações e experiências desses menores como instrumento que deve ser utilizado para a melhoria da vida das crianças trabalhadoras. A partir da análise dos dados concluiu-se que a má qualidade de vida das famílias carentes da área rural reflete as precárias condições vivenciadas nas etapas iniciadas da vida dos menores, intensificadas pelas constantes insatisfações existentes e também ocorre um processo de fim antecipado da infância. Crianças assumem tarefas, desejos, experiências e responsabilidades semelhantes as dos adultos trabalhadores.

Palavras-chave: Sofrimento; Trabalho infantil; Exclusão; Indústria; Atraso tecnológico.



[1] Duas fontes foram especialmente importantes para este texto: a monografia de graduação do Alan Chaves. Sonhos e aspirações das Crianças e Adolescentes Trabalhadores das Cerâmicas de Russas orientada por mim, Daniel Rodriguez de Carvalho Pinheiro, e a pesquisa que e a pesquisa feita a partir dos processos judiciais que envolvem violência juvenil intitulada A Famí’lia do Adolescente Infrator coordenada por mim e pelo professor Aníbal Pires.

[2] Psicólogo do Juizado da Infância e Adolescência, Fortaleza; professor da Universidade de Fortaleza.

[3] Arquiteto e Doutor Sociólogo. Professor. MaiIto: <daniel@unifor.br>