PROJETO
SÃO FRANCISCO,
A
INTEGRAÇÃO PELA ÁGUA
Ciro Gomes
Ministro
da Integração Nacional
O Projeto São Francisco tem um
claro objetivo: garantir segurança hídrica a uma população estimada em 12 milhões
de pessoas que vivem nas pequenas, médias e grandes cidades do Nordeste
Setentrional – Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Para isso, ele
foi profundamente modificado: em vez dos 300 m3/s sugeridos em sua
versão original, o volume a ser captado, firme e continuamente, reduziu-se a
apenas 26,4 m3/s, ou seja, 1,5% do que o rio joga no mar nos anos
mais secos. É um volume tão pequeno que nenhum impacto negativo causará rio
acima ou rio abaixo. Quando, e somente quando, estiver vertendo a barragem de
Sobradinho, a jusante da qual será feita a captação, a vazão captada poderá ser
ampliada para 114,3 m3/s, perfazendo uma média de 55 m3/s,
conforme estabelecem as condições da outorga prévia autorizada pela Agência
Nacional de Águas (ANA).
O Projeto é importante porque o
semi-árido setentrional já enfrenta escassez de água doce, uma vez que muitos
dos seus açudes têm limitações para usos múltiplos, causando o desemprego,
agravando o processo migratório, prejudicando a produção e aumentando os gastos
públicos com ações puramente emergenciais. A infra-estrutura hídrica da região
do projeto já foi praticamente implantada, não sendo viável o aumento da oferta
de água por novas barragens. Assim, o desenvolvimento sustentável da região
estará comprometido sem um empreendimento estruturante como o Projeto de
Integração de Bacias. Trata-se, portanto, de uma iniciativa voltada para a
distribuição de oportunidades de vida digna a 35% da população do Polígono das
Secas. Nenhum outro projeto hídrico abrange tão grande população.
Do ponto de vista ambiental, o
projeto é sustentável, porque, além de não causar qualquer prejuízo às
populações dos estados da bacia doadora, coloca a revitalização do São
Francisco como uma das prioridades do Governo Federal, o que pela primeira vez
acontece nos 500 anos de história do rio.
O São Francisco já foi integrado
ao Nordeste pelas linhas de transmissão de sua energia elétrica. Essa
integração se fará agora, também, pelas suas águas.