| D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública | | PERFIL DO FUMANTE PALMENSE | | Rosely Pereira de Sousa 2 (autor) sousarosely@ulbra-to.br | Solange Alves Oliveira 2 (orientador) solange@ulbra-to.br | Domiciana Santana Parente 1 (autor) domiciana.parente@zipmail.com.br | Marco Aurélio de Oliveira Martins 2 (autor) marcobiologo@bol.com.br | Antonia Cássia Lopes Xavier 2 (autor) cassiatumtum@bol.com.br | Maria Tereza Klebis Bovo 2 (autor) mtkb@uol.com.br | Neilton Martins de Castro 2 (autor) nmc@pop.com.br | Aurineides Ribeiro Jorge 2 (autor) terraquarium@ulbra-to.br | Meire Cintra dos Santos 2 (autor) molyph2001@yahoo.com.br | Camila Moreira Barreto Gomes 2 (autor) camilambg@ulbra-to.br |
| 1. Prefeitura Municipal de Palmas - Secretaria Municipal de Saúde | 2. Centro Universitário Luterano de Palmas |
| | INTRODUÇÃO: O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Estima-se que um terço da população mundial adulta sejam fumantes sendo detectados dentre estes milhares de casos de câncer. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes/dia. Mantidas essas tendências os números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos) (WHO, 2003). O principal alvo desse mal são os jovens: achando que fumar é divertido, dá um certo status. Esses jovens representam o futuro do mercado de cigarros, 90% dos fumantes começam antes dos 20 anos. Neste sentido, com o objetivo geral de prevenir e reduzir a prevalência do tabagismo na população de Palmas, Tocantins; sensibilizar a população em geral retratando os males causados pelo fumo; intensificar as ações do Programa Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do Câncer, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), propõe a aplicação de uma pesquisa nas unidades de saúde, escolas e comunidade, tendo em vista que o aumento do vício entre a população em geral é alarmante. Com isso, traçamos o perfil dos fumantes; intensificamos as ações educativas já existentes; sensibilizamos as autoridades e comunidade; avaliamos métodos e material didático para abordagem do fumante. | | METODOLOGIA: O instrumento utilizado foi um questionário com questões objetivas (relação com o tabagismo: se faz ou já fez uso de cigarros, charutos, cachimbo ou cigarrilha; quantidade; tempo de consumo; se já parou de fumar alguma vez ou se gostaria de parar; como considera o cigarro; ambiente que fuma, se os postos de saúde devem ajudar às pessoas que desejam parar de fumar; além dos dados pessoais). O público alvo são os funcionários e usuários das unidades de saúde de Palmas. O período de aplicação foi de 30 de junho a 15 de agosto de 2002. Participaram do trabalho a Secretaria Municipal de Saúde, Escolas, Comunidade e acadêmicos do curso de Biologia do CEULP/ULBRA. Inicialmente os questionários foram enviados as unidades de saúde, escolas e feiras livres no mês de junho/2002. Nos meses junho, julho e agosto/2002 foram feitas as entrevistas com o total de 1509 pessoas, em 20 locais diferentes. Os resultados serão revertidos a todos os locais onde se realizaram entrevistas visando desenvolver e intensificar ações de prevenção. | | RESULTADOS: Das 1509 pessoas entrevistadas 36,02% tem idade inferior a 20 anos, 15,04% entre 20 e 25 anos, 13,05% entre 26 a 30 anos e os demais 35,89% acima de 31 anos. Com relação ao sexo 62,93% são mulheres e 37,07% homens. Quando questionados se alguma vez já fumaram 55,45% afirmam não fumar e 44,55% fumam regularmente. 71,79% atualmente não fumam, 21,61% disseram que fumam todos os dias e 6,60% disseram que fumam, mas não todos os dias. Dos que fumam 56,61% usam de 01 a 10 cigarros/dia, 29,18% de 11 a 20 cigarros/dia, 8,73% mais de 30 cigarros/dia. Com relação ao tempo de uso do cigarro, 48,64% fumam a mais de 10 anos, 21,73% de 01 a 10 anos e 15,06% a menos de 1 ano. 77,21% afirmaram já ter tentado abandonar o vício e 22,79% não. 86,21% dos entrevistados fumantes desejam parar de fumar e 13,79% não. O cigarro é visto como uma droga por 85,68%, como diversão por 7,37% e como produto de prazer 6,95% dos entrevistados. 61,76% não fumam em local de trabalho, 22,84% fumam somente em locais delimitados e 15,41% fumam em ambiente de trabalho. Quanto à importância dos serviços de saúde no combate ao vício 89,21% consideram importante e 10,38% não consideram. 983 entrevistados sugeriram formas de combate e prevenção do vício: 47,81% sugerem campanhas de conscientização e prevenção voltadas para os jovens, 23,09% sugeriram acompanhamento médico, aconselhamento e distribuição de medicamentos, 8,04% sugerem grupos de apoio. Os 21,06% restantes deram opiniões bastante diversas. | | CONCLUSÕES: Como os locais de aplicação das entrevistas foram unidades de saúde, escolas e feiras livres uma grande parte dos entrevistados eram jovens, do sexo feminino e com menos de 20 anos de idade. Talvez esse dado esteja relacionado com o fato da maioria não fazer uso do tabaco, o que contrasta com a tendência mundial citada acima. Outro fato interessante é que a maioria faz uso de até 10 cigarros/dia o que não pode ser considerado uma quantidade alarmante. No entanto o tempo de uso é bastante prolongado, principalmente se contrastado com a idade. Apesar da maioria considerar o tabaco como uma droga, o número de entrevistados que gostariam de abandonar o vício é superior ao dos que já fizeram alguma tentativa nesse sentido. Nota-se que existe um certo nível de conscientização a respeito dos males causados pelo vício, pois a maioria não o utiliza em locais de trabalho. Os serviços de saúde são considerados fundamentais no combate ao vício, pois as campanhas e apoio médico foram as sugestões mais freqüentes de formas de ajuda. É interessante observar que a afirmativa da SMS acerca do aumento do vício entre a população em geral ser alarmante não foi confirmada pelas entrevistas realizadas. Esse fato pode ser explicado levando-se em consideração a parcela da população pesquisada, possivelmente de baixo poder aquisitivo e que fazem uso dos serviços de saúde pública, onde as campanhas de conscientização são muito freqüentes. | | | | | | Palavras-chave: Tabagismo; Saúde Pública; Campanhas Preventivas. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |