| G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação | | PAULO FREIRE: UM EDUCADOR DE ESQUERDA | | Regina Taam 1 (orientador) rtaam2001@yahoo.com.br | Alessandra Martinho de Oliveira 1 (autor) alessandra_martinho@hotmail.com | Dliva Maria Ciliato 1 (autor) dilva_ciliato@hotmail.com |
| 1. Depto. de Teoria e Prática da Educação, Universidade Estadual de Maringá - UEM |
| | INTRODUÇÃO: Nesse início de século, a pedagogia fala pela voz dos neoliberais e, com menos freqüência, pela voz dos pensadores de esquerda, no sentido dado a essa expressão por Noberto Bobbio (1995). Enquanto o pensamento neoliberal apresenta-se de forma consistente e harmônica, os pedagogos de esquerda têm dificuldade em estabelecer parâmetros que marquem o divisor de águas entre uma pedagogia liberal, que afirma os valores do capitalismo, e uma pedagogia que nega esses valores e propõe a luta contra o capitalismo.
A pesquisa que empreendemos foi uma busca desses parâmetros, realizada através do estudo de Paulo Freire (1921-1997), um educador que diz a nós, professores, que poderemos, sim agir com rumo progressista, de esquerda (Caderno Pedagógico da APP-Sindicato, Curitiba, out, 1997, p.45). | | METODOLOGIA: O objetivo da investigação foi apontar no pensamento pedagógico de Paulo Freire evidências que mostrassem (ou negassem) a afinidade desse pensamento com os propósitos e propostas da pedagogia progressista, desenhada por Snyders (1975).
A investigação, de natureza teórica, focalizou, especialmente, três aspectos do problema: o discurso de Freire, as influências teóricas que marcam o pensamento freiriano e as conseqüências metodológicas desse pensamento. O resultado da análise dos aspectos investigados foram confrontados com os princípios e as propostas metodológicas da pedagogia progressista. | | RESULTADOS: A exegese dos textos de Paulo Freire, especialmente, da Pedagogia do Oprimido (2002), confirmam o que ele diz de si mesmo: "... me considero um cara progressista" (APP - p.45).
A análise dos autores com quem Freire dialogou mais insistentemente mostra uma enorme abrangência de interlocutores, que vão de Marx e intelectuais Marxistas, a representantes do existencialismo cristão.
Do ponto de vista metodológico, embora haja, em muitos pontos, uma conciliação com a proposta progressista, predominam as ideais defendidas pelos educadores existencialistas. | | CONCLUSÕES: Na sua obra, nas entrevistas a revistas especializadas, Paulo Freire expressa ostensivamente valores caros a uma pedagogia de esquerda: justiça social, solidariedade, cooperação; também de forma ostensiva, faz uma crítica severa ao capitalismo.
Quanto à questão metodológica, se pensarmos a pedagogia freiriana direcionada à educação de adultos das classes populares, os desencontros com a pedagogia progressista tornam-se menos significativos do que as afinidades; desta forma, um professor, marxista pode, sem negar Marx, sentir-se confortável trazendo Freire para sua práxis pedagógica. | | Instituição de fomento: Universidade EStadual de Maringá - UEM | | Trabalho de Iniciação Científica | | Palavras-chave: Paulo Freire; Esquerda; Pedagogia Progressista. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |