| G. Ciências Humanas - 7. Educação - 17. Planejamento e Avaliação Educacional | | REPENSANDO A FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UFMT-CUIABÁ. | | Antonio Carlos Hidalgo Geraldo 1 (autor) cmbhidalgo@aol.com | Miguel Pedro Lorena de Moraes 2 (orientador) |
| 1. Depto. Biologia e Zoologia, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT | 2. Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT |
| | INTRODUÇÃO: Neste trabalho, propusemo-nos a levantar, descrever e interpretar a formação pedagógica recebida pelos alunos do Curso de Licenciatura Plena Em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso - Cuiabá, sob a ótica de seus agentes - professores, alunos e ex-alunos -, e apontar os caminhos visualizados pelo conjunto desses sujeitos para o seu desenvolvimento; algumas das questões que levantamos ao iniciar o estudo foram: que tipo de formação pedagógica o curso tem realizado? que tipo de profissional o curso está efetivamente formando? Esta investigação pode contribuir com a avaliação o e desenvolvimento de currículos e programas de formação de professores de Ciências e Biologia. | | METODOLOGIA: Tomando como referência teórica as tendências pedagógicas críticas, levantamos, por revisão bibliográfica, os condicionamentos histórico-sociais e a situação geral atual dos cursos de licenciatura no Brasil, e através do método de estudo de caso, situamos a formação pedagógica oferecida no caso específico do curso objeto deste estudo, utilizando os princípios básicos dos modelos de “avaliação iluminativa” e levantando os dados empíricos através de entrevistas com professores e alunos do curso, e questionário com os alunos egressos. | | RESULTADOS: Através da revisão bibliográfica constatamos que a licenciatura, isto é, a formação de educadores, no Brasil, destinada à formação da classe social de trabalhadores assalariados, sempre foi relegada a um segundo plano em relação aos bacharelados que tradicionalmente formam as elites dirigentes, sempre foi prometida e priorizada em discursos e leis, mas negada na prática; através do levantamento de dados empíricos constatamos que na ótica dos professores, alunos e ex-alunos do curso predomina no curso em estudo o enfoque das tendências conservadoras, com suas características de fragmentação, hierarquização, cientificismo reducionista, separação entre a teoria e a prática e reprodutivismo de conhecimentos; que estamos formando um profissional que, de forma geral, compreende a Biologia como uma sequência linear de conceitos e axiomas, e que ensinar Biologia é reproduzir estes conceitos. | | CONCLUSÕES: As características constatadas para o curso reproduzem o que acontece em todo o país, e isto não é apenas uma coincidência, é consequência da função que estes cursos devem cumprir numa sociedade excludente como a nossa, onde as características acima citadas são parte integrante da estrutura de uma sociedade como a nossa, da forma de suas relações sociais de produção e reprodução e da forma de apresentação e distribuição do conhecimento; há uma certa consciência dos problemas do curso por parte dos professores e dos alunos, convivendo práticas conservadoras e críticas no processo do curso; somente o enfrentamento prático-teórico destas questões, como projeto coletivo, poderá consolidar soluções que apontem para uma formação crítica, humanizadora, contextualizada, problematizadora, em nosso meio. | | Instituição de fomento: CAPES | | | | Palavras-chave: avaliação; currículo; ensino de biologia. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |