| G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia | | AMOR E SEXUALIDADE | | Thimoteo Camacho 1 (autor) luthi@terra.com.br | Aline Souza Silva 2 (autor) aline__ss@yahoo.com.br | Carolina de Castro Barbosa 3 (autor) carolcastro@terra.com.br | Luanna Meriguete Santos 4 (autor) meriguete@hotmail.com | Maria Inês Vancini Sperandio 5 (autor) ines.sperandio@bol.com.br |
| 1. Prof. Dr. do Depto. Ciências Sociais, Centro Ciências Humanas Naturais – UFES | 2. Graduanda de Ciências Sociais, Centro Ciências Humanas Naturais – UFES | 3. Graduanda de Ciências Sociais, Centro Ciências Humanas Naturais – UFES | 4. Graduanda de Ciências Sociais, Centro Ciências Humanas Naturais – UFES | 5. Graduanda de Ciências Sociais, Centro Ciências Humanas Naturais – UFES |
| | INTRODUÇÃO: O trabalho é o resultado do relatório final do Projeto de Pesquisa Amor e Sexualidade e foi dividido em quatro sub-projetos: As Relações Sociais de Gênero: Amor e Sexualidade; A Representação Social do Machismo entre os Estudantes da UFES; Homossexualidade: Identidade, Preconceito e Repressão; O Amor na Sociabilidade Estudantil. O amor está presente em todas as esferas da atividade humana, podendo ser considerado como um atributo da humanidade. Pode-se referir uma gama bem diversa quando se trata do amor: amor de mãe, amor fraterno, amor de uma amizade, amor a um deus ou a deuses, amor à arte, amor ao trabalho, amor erótico, amor heterossexual, amor homossexual, amor de amigos, “ficar”. Falar da sexualidade referida ao amor é uma recorrência e quase uma redundância. Nos livros o amor aparece em toda a literatura de forma muito diversa. Um novo tipo de amor, uma nova concepção de amor surgiu no sul da França, por volta do século XI, durante a Idade Média: o amor cortês. Trata-se de uma espécie muito diferente de amor até então concebido. O amor entre duas pessoas, o amor profundo, que envolve trocas afetivas e sociais cumpre a função de estimular a comunicação, contribuindo assim, para a emergência de formas novas de sociabilidade fenômeno cada vez mais escasso no nosso tempo. Da perspectiva da sociologia, o amor pode ser tomado com o um meio de comunicação simbólica, generalizante, capaz de romper as barreiras do isolamento. | | METODOLOGIA: A pesquisa teve a participação de quatro alunas do Programa de Iniciação Científica, sendo duas bolsistas vinculadas ao PIBIC e duas ao PIVIC. Buscou-se um equilíbrio entre os pressupostos teórico-metodológicos e a coleta de dados empíricos. Um grupo de estudos foi formado com a finalidade de orientar as estudantes em todas as etapas da pesquisa e discutir textos de autores consagrados relacionados aos temas objeto do estudo: Amor, Sexualidade, Relações de Gênero na pesquisa, foram realizadas entrevistas não-diretivas, com um roteiro semi-estruturado, o que permitiu maior liberdade e interação entre entrevistados e entrevistadoras. O roteiro das entrevistas era aberto, tendo passado por pequenas alterações, de acordo com a temática específica em questão. Além de entrevistas individuais, onde foi utilizado o critério da amostragem e divisão proporcional por sexo, entre os diversos centros universitários da UFES, foram realizadas entrevistas no formato Grupo Focal. Neste caso, obedecendo ao critério da maior homogeneidade possível: alunas e alunos do mesmo curso ou grupos de até doze estudantes do sexo feminino ou masculino e grupos mistos. As entrevistas, tanto as individuais, como as do grupo focal, foram gravadas e transcritas pelas alunas pesquisadoras e depois submetidas à análise de conteúdo, sob a supervisão do professor orientador. | | RESULTADOS: Um dos sub-projetos buscou estabelecer vínculos entre a representação social de amor e da sexualidade vivenciada por alunas e alunos da UFES e as relações de gênero bem como a maneira de expressar o afeto. As alunas, ao contrário dos alunos, tiveram mais facilidade para expressar verbalmente os sentimentos referidos ao tema da entrevista. O sub-projeto cujo tema central foi a representação social do machismo mostrou respostas nitidamente diferentes por parte de alunas ou alunos: enquanto as alunas denunciaram a existência do machismo, a maioria dos alunos suavizou ou mesmo negou a sua existência. As questões tratadas no sub-projeto cujo eixo central era a homossexualidade foram as que produziram maior divergência e polêmica; a aluna pesquisadora entrevistou também estudantes que se declaram gays ou lésbicas. Tanto nas entrevistas individuais, como nos grupos focais, apareceram verbalizações tendentes a denunciar o preconceito e a discriminação da comunidade universitária e sua dificuldade em lidar com a homossexualidade. O amor na sociabilidade estudantil, tema de outro sub-projeto integrante desta pesquisa buscou o entendimento das várias formas de amor, destacando-se um tipo de manifestação de setores da juventude contemporânea: “ficar”. A grande maioria das falas indicou que a forma “ficar” está bastante generalizada, especialmente nos bailes e festas juvenis dos fins de semana urbano. | | CONCLUSÕES: É preciso mencionar o Amor Cortês, expresso através da poesia lírica, sua forma e sua celebração. Nos dias atuais dificilmente podemos imaginar um mundo privado das motivações ideais gerados pela busca do amor romântico. Pois o “amor”, em seu sentido moderno, começa com um estado de espírito que nos é familiar através da literatura em que se expressou – e uma Religião do Amor, na qual a mulher, amaldiçoada pela misoginia patrística (medo da mulher divulgado pelos Padres da Igreja), como o portão do inferno, transforma-se, repentinamente, em objeto de devoção e da mais alta adoração. Ou uma certa convenção literária teria ensinado uma nova maneira de sentir àqueles que a praticavam? Essa “dicotomia fatal” não pode ser transposta; mas a poesia do amor cortês como observa Lewis, “uma mudança que não deixa intocado nenhum desvão de nossa ética, de nossa imaginação, de nossa vida diária. Comparando com esta revolução o Renascimento é uma simples ruga na superfície da literatura.” (LEWIS, 1970, p. 47). A humanidade tem na cultura a sua identidade enquanto espécie. Através das práticas sexuais. E a passagem da natureza à cultura vai indicar características específicas, como o trabalho, os sentimentos e a descoberta da sexualidade, como alternativa ao sexo da natureza. Mas as diferenças advindas com a marca da cultura são marcantes. Como não há estação do cio nas fêmeas humanas, as respostas são mais diversificadas: da natureza à cultura e do sexo à sexualidade | | Instituição de fomento: CNPq e UFES | | Trabalho de Iniciação Científica | | Palavras-chave: Amor; Sexualidade; Relações de Gênero. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |