IMPRIMIR VOLTAR H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 5. Letras CLAREZA E COMUNICABILIDADE NO MATERIAL DIDÁTICO DA EAD Vanessa de Moraes 2   (autor)   vanessa.ltr@zipmail.com.br Fabrícia da Silva Vellasquez 2   (autor)   fabriciavellasquez@yahoo.com.br Diana dos Santos Abreu 1   (autor)   diana.abreu@zipmail.com.br Fabiana Santos de Souza 1   (autor)   bianaepc@hotmail.com.br Juliana Maria Alves de Carvalho 2   (autor)   juliensorelbr@yahoo.es Debora Cristina Oliveira de Souza Costa 1   (autor)   debbydaybr@yahoo.com.br Raquel Marques Villardi 1   (orientador)   martalimarego@hotmail.com 1. Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ 2. Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ INTRODUÇÃO: O objetivo deste estudo é apresentar uma perspectiva para elaboração de material didático em EAD, fundamentada não na transmissão de mero conhecimento informativo, mas, sim, na aprendizagem significativa do aluno, obtida através do desenvolvimento de habilidades lingüísticas, cognitivas e de capital cultural. Este trabalho foi desenvolvido na pesquisa intitulada "Desenvolvimento de Suporte Interativo para Formação Docente", da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e baseado no curso à distância "Linguagem: Dimensões da Leitura na Tecnologia", para formação docente continuada. METODOLOGIA: A idéia central desta proposta é mostrar a necessidade de elaboração de um material que, além de abrir espaço à participação coletiva, permita a incorporação da experiência, no texto, de conceitos produzidos pelos alunos e compartilhado por todos. E nessa busca por interação e questionamentos ,apresentam-se, para a elaboração de material didático em EAD, dois pilares de sustentação: a clareza e a comunicabilidade, enfatizados por Othon M. Garcia. A clareza é a elaboração do texto através de perfeita coesão das partes, com uma ligação da superfície textual, sintática e pragmática; a coerência traz sentido e inferências em um processo de informatividade e intertextualidade na intenção comunicativa, o que provoca o abandono do hermetismo que, durante tanto tempo, assegurou ao mestre a imagem de detentor do saber. Já a comunicabilidade se alicerça na própria noção de educação à distância. Quando o presencial é substituído pelo virtual, o material precisa provocar a interação que, sem comunicabilidade, não ocorre. A comunicabilidade é, pois, a possibilidade de constante diálogo entre o material e o leitor, de modo que a interação possa se estabelecer. Para tanto, sua preparação precisa considerar uma série de questionamentos: que conhecimento se deseja que o aluno construa? Quais habilidades desejamos que o aluno desenvolva? Em que ambiente de aprendizagem isso acontece? Que estratégias/ferramentas serão necessárias? Em que momento cada estratégia será acionada? RESULTADOS: Sendo o material didático, na EAD, um elemento chave na construção do saber, pois possibilita a transformação de informação em conhecimento, o curso de formação continuada apresentou um modelo inserido numa perspectiva sócio-interacionista, de Vigotsky, que enfatiza o conhecimento, e não apenas a transmissão de informação. E tal concepção de um material polifônico, ou seja, que admita interferências, abre espaço para contribuições de todos e objetiva o real aprendizado do aluno, já que o material didático será sempre o discurso do professor. As proposições do sócio-interacionismo podem ser consideradas absolutamente compatíveis com tais formas de aprendizagem em função do caráter relacional dessa proposta: o conhecimento deixa de ser assimilado passivamente e passa a ser produto de processos de elaboração e construção. Ao longo do curso, verificou-se que o material on-line foi elaborado de forma clara, coesa e coerente, dotado de mecanismos capazes de solucionar dúvidas e motivando o aluno como prosseguir, além de se mostrar como decisivo para o processo de aprendizagem e permanência do aluno no curso, minimizando os índices de evasão. Observou-se, ainda, que não há mais lugar, na EAD atual, para a elaboração autocentrada do material didático, com um caráter instrutivo. É preciso que este material não seja apenas aquele exposto pelo professor através de textos e imagens, mas produto da contribuição dos alunos e suas vivências. CONCLUSÕES: Assim, tal elaboração do material em EAD deve acompanhar essa clara perspectiva que não descarta a informação, mas pretende transmitir mais, amadurecendo as habilidades que permitam ao aluno adquirir, ao longo da vida, outros conhecimentos, numa dinâmica móvel e fugaz. É necessário, portanto, desenvolver no aluno bases sólidas que lhe permitam utilizar toda a informação que ainda está por vir, somada às que ele já possui. Centramo-nos, então, no desenvolvimento das habilidades lingüísticas, que lhe permitirão relacionar-se, ler o mundo e submeter isso a todo capital cultural que ele traz consigo, a partir do qual se processará o novo que ele vai receber. Quanto maior seu capital cultural, maior a possibilidade de realizar uma interface entre o antigo e o novo, a fim de que as habilidades cognitivas, que permitem a categorização, a associação, a transferência e a análise, culminem na construção de um novo conhecimento. Instituição de fomento: CNPq, FAPERJ Trabalho de Iniciação Científica Palavras-chave:  clareza e comunicabilidade; material didático; educação à distância. Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004