| E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia | | OBTENÇÃO E MANUTENÇÃO DE Anthonomus grandis BOHEMAN 1843 (BICUDO DO ALGODOEIRO) EM LABORATÓRIO | | José Cezario de Almeida 1 (autor) cezarioja@hotmail.com | Artur Franco Barrêto 1 (autor) arturfrancbarr@bol.com.br | João Rodrigues de Sousa 1 (autor) joaorosousa@bol.com.br | José Alberto Calado Wanderley 2 (autor) | José da Silva Sousa 2 (autor) | Pedro Gomes de Almeida 2 (autor) |
| 1. Professores da Faculdade de Agronomia de Pombal - FAP/FESC | 2. Acadêmicos de Agronomia da Faculdade de Agronomia de Pombal - FAP/FESC |
| | INTRODUÇÃO: A detecção do bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis BOHEMAN 1843 (Coleoptera: Curculionidae) em 1983 na região de Campinas, estado de São Paulo e no estado da Paraíba, disseminou-se por todos os Estados brasileiros produtores de algodão Gossypium hirsutum L. r latifolium HUTCH. O setor algodoeiro tem efetiva participação na geração de divisas e relevante atividade social, com elevada ocupação de mão-de-obra no campo, desde o plantio até a colheita e destruição das soqueiras e nos setores industrial e comercial. Passados vinte anos de luta contra o bicudo, os cotonicultores têm enfrentado diversos problemas e o declínio da atividade, elevando os custos da produção e produtividade, principalmente com o controle através de produtos químicos, com pulverizações semanais durante meses consecutivos, afetando o equilíbrio do agro-ecossistema. Todavia, às questões ambientais e os custos elevados dos pesticidas tornam-se necessários meios alternativos para amenizar estes impactos, sendo o controle biológico uma das mais promissoras alternativas. Para o desenvolvimento de pesquisas nesta área, considera-se como de fundamental importância a criação massal do inseto em condições de laboratório. Este estudo objetivou obter e manter em condições de laboratório uma colônia do inseto, a partir de botões florais atacados e coletados em áreas cultivadas em fim de safra no Sertão do estado da Paraíba. | | METODOLOGIA: A coleta de botões florais de ±6mm de diâmetro de plantas hospedeiras foi feita identificando-se os botões com orifício de oviposição, sendo destacados à base do pedúnculo e armazenados em caixas de isopor. No laboratório, foram tratados em álcool a 70% por 5 minutos, hipoclorito de sódio a 4% por 2 minutos e duas passagens em água destilada esterilizada, contando-se 150 botões em três recipientes telados (20x20x10cm). O delineamento inteiramente casualizado constou de três experimentos com três repetições e aguardada a emergência. Os experimentos ocorreram em intervalos de 10 dias a fim de avaliar o percentual da emergência do inseto, em condições de temperatura ambiente 30±2oC. Os bicudos recém emergidos foram selecionados em grupo de 10 e alimentados com o substrato natural higienizado e trocado diariamente. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Entomologia da Faculdade de Agronomia de Pombal-FAP, localizada no município de Pombal, PB. | | RESULTADOS: A possibilidade da emergência foi verificada diariamente, constatando-se que no primeiro experimento a emergência ocorreu do 7oao 13o dia com viabilidade média de 63% dos botões nas diferentes repetições; no segundo, foi detectada a partir do 9o até o 14o dia com 64%; enquanto que, no terceiro, transcorreu-se do 8o ao 12o dia com 59%, não havendo diferença estatística significativa entre as médias pelo método de Tukey (P>0,05) entre os experimentos. Os adultos emergidos apresentaram características peculiares de sua biologia, mobilidade de pernas e asas e vôo, atratividade alimentar e cópula freqüente. Foram considerados insetos adultos viáveis, àqueles sadios, tamanho e peso uniformes. A colônia está disponibilizada e mantida no Laboratório de Entomologia da FAP. | | CONCLUSÕES: O estudo satisfez os objetivos para os quais foi proposto, indicando a viabilidade da emergência do inseto a partir de botões florais atacados em cultura de final de safra, representando o seu potencial de sobrevivência para a safra seguinte; considera-se de grande importância a manutenção de colônias de insetos-praga em laboratório para ser utilizada em promissores estudos da etologia, sobrevivência, uso em manejo integrado de pragas e controle biológico; além de propiciar estratégias de obtenção e criação do bicudo do algodoeiro em condições controladas. | | | | | | Palavras-chave: Anthonomus grandis; criação massal; condições de laboratório. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |