| G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação | | HISTORIA ORAL COMO RECURSO PEDAGÓGICO: CLUBE ESPORTIVO FEMININO | | Beatriz Alves de Souza 1 (autor) | Juciele Alice da Rocha da Silva 2 (autor) juciele_alice@uol.com.br | Keli Regina de Almeida Centofante Milhorança 1 (autor) | Rosana Marcela Duarte 1 (autor) | Sandra Mara da Rocha da Silva 1 (autor) sandramrs@uol.com.br |
| 1. Depto. Intituto de Educação, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT | 2. Depto. de Psicologia, Universidade de Cuiabá - UNIC |
| | INTRODUÇÃO: Como recurso pedagógico, a História Oral pode proporcionar ao pesquisador um reencontro com seu passado. Utilizando-se destes recursos nosso objeto de estudo é o Clube Esportivo Feminino de Cuiabá, que foi fundado por mulheres na década de 20. Nosso objetivo é de resgatar a História e a cultura Mato-grossense no período de 1928 a 1969. O Clube Feminino, como ficou conhecido, foi fundado com objetivo inicialmente de desenvolver o esporte, que começou na residência da senhora Zulmira Canavarros. Segundo a historiadora Madureira, já com sede própria o clube mudou seu foco oferecendo agora bailes, shows, bingos dançantes, peças teatrais, recitais e escolhas de Miss Mato-grossense e do Brasil. O Clube, de acordo com seu Estatuto, era aberto a todos e não tinha discriminação. Pesquisamos como eram as relações sociais da época, como se vestiam, as preferências musicais e os critérios para ser sócio do Clube. | | METODOLOGIA: Para obter dados para a elaboração deste trabalho, a metodologia utilizada foi entrevistas com pessoas da sociedade cuiabana, freqüentadores do Clube e músicos dos bailes e matinês. Os instrumentos utilizados na elaboração da pesquisa foram gravadores e bloco de anotações. Analisamos edições da revista “A Violeta” encontrada no IHGMT (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso), livros do conservatório Dunga Rodrigues e fotos cedidas por uma entrevistada que foi presidente do clube. | | RESULTADOS: Diante das entrevistas podemos perceber que o Estatuto do Clube não condizia com o que realmente acontecia, ou seja, a exigência do Clube era que o candidato fosse apresentado por um sócio, com a aprovação ou não pela diretoria, então era classificatório. Em grande parte do Brasil a sociedade era patriarcal, constatamos e comprovamos através das entrevistas que a sociedade cuiabana era matriarcal, tendo a mulher à frente das decisões familiares. Isto de alguma forma explica o porque de uma mulher como Zulmira Canavarros estar à frente do Clube. Notamos também que para disfarçar a discriminação e buscar apoio político reformularam o rasqueado, porque definiam como música da periferia (chinfrins), passou a ser tocando ao piano num ritmo mais lento, nos bailes e recitais do clube. | | CONCLUSÕES: Portanto, concluímos que a elite cuiabana daquela época tinha preconceito em relação à música regional. E de acordo com o Estatuto do Clube, qualquer pessoa poderia ser sócia, desde que fosse cidadão cuiabano. No entanto a diretoria fazia uma seleção discriminatória, onde deixava transparecer o preconceito em relação às pessoas que viviam na periferia e não pertenciam à elite cuiabana. Por esse e outros fatores podemos afirmar que o Clube Esportivo Feminino foi fundado para um pequeno grupo da sociedade que formava a elite cuiabana, a qual detinha o poder econômico, social e político e estavam ligados de alguma forma ao momento sócio-econômico-político em que o país vivia. | | Instituição de fomento: Universidade Federal de Mato Grosso | | Trabalho de Iniciação Científica | | Palavras-chave: Resgate; Cultura; História. |
|
Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |