VIOLÊNCIA POLICIAL: ETHOS PROFISSIONAL OU MODELO AUTORITÁRIO?

 

Maria Stela Grossi Porto (UnB)

 

A sociologia tem estudado a violência em suas manifestações e múltiplas formas no espaço social.Entre essas, tem adquirido grande visibilidade a violência policial, como um modelo de resolução de conflitos  na sociedade brasileira contemporânea.

O presente texto propõe analisar as representações sociais de policiais ( sobretudo aqueles ligados à secretaria de segurança publica do DF) sobre a violência policial

A ênfase da análise está centrada nos modelos formais de organização e nos métodos de policiamento, com o objetivo de avaliar as raízes sócio- culturais desse tipo de violência..

São questões relevantes para o estudo: A atuação policial é avaliada como violenta pelas lideranças das organizações de justiça criminal? Em que medida a violência policial é representada como um efeito, direto ou indireto, da ausência de políticas  públicas de segurança? Esse tipo de policiamento violento é conseqüência da ausência de uma preocupação na área de direitos humanos, durante a formação profissional do agente policial?  Ou o descrédito generalizado no sistema de justiça criminal, que produz impunidade acaba por contribuir para levar a que a violência seja considerada uma característica legítima da função policial?

As conclusões trazem o dilema relativo ao ethos estrutural e à cultura predominante nas organizações policiais analisadas, em contraste com perspectivas mais democráticas sobre a forma de conceber o papel da organização policial.  


Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004