CÉLULAS-TRONCO E SEU (POTENCIAL) USO EM MEDICINA.

 

Lygia da Veiga Pereira

Depto de Biologia e Centro de Estudos do Genoma Humano

Insituto de Biociências, USP

 

 

Ao longo da vida, diferentes órgãos e tecidos degeneram e necessitam de reposição.  Atualmente, essa reposição depende de doadores, que atendem somente 5% dessa demanda – ou seja, 95% das pessoas nas filas de transplantes não serão tratadas.    Mais recentemente, pesquisas com células-tronco (CTs) mostraram que esta são capazes de se transformar em diferentes tecidos e assim potencialmente ser fonte de material para transplantes.  As CTs mais conhecida são as da medula óssea ou do sangue do cordão umbilical, que formam as células do sangue.  Apesar dessas CTs também darem origem a alguns outros tecidos, sua plasticidade é limitada, e logo, seu uso terapêutico também.

Outra classe de CTs são as embrionárias, derivadas de um embrião 5 dias após a fertilização in vitro, normalmente excedentes de ciclos de reprodução assistida. As CTs embrionárias podem dar origem a qualquer tecido do corpo humano.  Multiplicadas no laboratório, elas podem ser induzidas a se transformar em células sanguíneas, musculares, hepáticas, secretoras de insulina, e até neurônios.  Assim, um dia essas células poderão ser fonte de tecidos para o tratamento de doenças comuns como insuficiência cardíaca, hepatite, diabetes e doença de Parkinson.  Isso se as pesquisas com os embriões de 5 dias forem permitidas...

Nesta conferência serão apresentados os diferentes tipos de células tronco, suas aplicações, limitações, vantagens e desvantagens.  Será também discutida a questão do uso de embriões humanos para pesquisa dentro do contexto do novo projeto de Lei de Biossegurança.


Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004