Programa Nacional de Atividades EspaciaiS (SBPC, CuiAbá, MT)

 

Himilcon de Castro Carvalho (*)

 

O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) tem por objetivo capacitar o país para desenvolver e utilizar tecnologias espaciais na solução de problemas nacionais e em benefício da sociedade brasileira, buscando autonomia no projeto e fabricação de sistemas espaciais voltados para atender a necessidades próprias do território nacional.

 

Para isso, o programa desenvolve-se em torno de grandes eixos estratégicos para o alcance dos seus objetivos.

 

Partindo de ações de capacitação de recursos humanos, e de pesquisa e desenvolvimento na área espacial, que buscam estabelecer uma massa crítica de conhecimento no país, os recursos de infra-estrutura (centros de lançamento de Alcântara e da Barreira do Inferno, laboratórios de Integração e Testes (LIT/INPE) e de Combustão, estações terrenas e centros de controle de satélites) unem-se aos primeiros para possibilitar os grandes projetos de sistemas e aplicações espaciais.

 

Dentre estes projetos, destacam-se aqueles que permitem o acesso ao espaço, como o VLS – Veículo Lançador de Satélites, e os foguetes da série Sonda. De igual importância, são os projetos de satélites: os Satélites de Coleta de Dados, largamente utilizados no monitoramento de bacias e lagos para produção de energia elétrica, e dos satélites da série CBERS, em cooperação com a China, que permitem a obtenção de imagens para monitorar desmatamento e queimadas na Região Amazônica, entre outras aplicações.

 

Neste campo, das aplicações, o Brasil têm competência estabelecida, e internacionalmente reconhecida, em Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, Meteorologia e Ciências Espaciais, que complementam e agregam valor aos dados e informações obtidos por nossos satélites. Esta competência tem permitido a formação de parcerias internacionais de grande importância estratégica, notadamente com a China (CBERS), Estados Unidos (Estação Espacial Internacional) e Ucrânia (base de lançamento) - esta última em análise no Congresso Nacional.

 

Finalmente, estes projetos têm permitido, ainda que lentamente, um aumento da participação industrial e universitária. Em especial, destacam-se os programas Uniespaço e Microgravidade, voltados para participação de grupos de pesquisa universitários em projetos de aplicação espacial.

 

Com a revisão do PNAE, que se inicia ainda em 2004, cobrindo o período de 2005 a 2014, esperamos que a AEB, juntamente com os setores privado e acadêmico e demais segmentos da sociedade, estabeleçam as grandes metas e prioridades para a atividade espacial no Brasil. Neste sentido as universidades, trabalhando nas fronteiras do conhecimento, têm imenso valor na prospecção e definição de objetivos de grande alcance estratégico.

 

 

 

(*) Diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos

Agência Espacial Brasileira

himilcon@aeb.gov.br


Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004