Henrique E. Toma
(Instituto de Química, USP)
O desenvolvimento da tecnologia está diretamente ligado ao desenvolvimento de novos materiais funcionais. Assim, neste limiar da era nanotecnológica o interesse está se voltando para os nanomateriais, onde a funcionalidade se reduz à dimensão nanométrica (um bilionésimo do metro). Nessa escala dimensional, os materiais são projetados quimicamente, para atingir um nível de organização mais elevado, refletindo em novas propriedades e aplicações. Por um lado, temos os materiais nanoestruturados e nanoporosos, capazes de abrigar moléculas, íons e espécies reativas, proporcionando aplicações em baterias, eletrônica, células a combustível e catálise. No outro extremo, temos os materiais moleculares, baseados em polímeros ou em arranjos supramoleculares, com propriedades adicionais de autoorganização, automontagem e reconhecimento molecular, podendo expressar toda a sua química em um estágio mais evoluído, seguindo a trilha dos sistemas biológicos. Parafraseando Jean-Marie Lehn (Science 2002), através do descobrimento, compreensão e implementação das regras que governam a evolução da matéria inanimada até os organismos vivos, atingiremos o máximo da nossa capacidade de criar novas formas de matéria complexa. Esse talvez, seja o maior desafio da nanotecnologia molecular.
Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |