CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO BRASIL:
INFRA-ESTRUTURA, PROSPECÇÃO E REGIÃO AMAZÔNICA
GONZALO ENRÍQUEZ*
O artigo
realiza inicialmente uma reflexão sobre os investimentos e a gestão da C&T
do Brasil, destacando os principais deficiências das políticas de C&T nos
últimos anos, principalmente as destinadas ao desenvolvimento das inovações
tecnológicas e dos recursos destinados à pesquisa e Desenvolvimento.
Dentre os
indicadores mais importantes, o artigo destaca:
Alguns
indicadores da Produção e Gestão da CT&I no Brasil: antecedentes:
ü
Instabilidade de recursos financeiros
em CT&I: Além de instáveis, as aplicações de 98/2000, inferiores às de
94/97;
ü
Baixa participação privada nos
investimentos em P&D. Apenas pouco mais do que 1/3;
ü
Natureza tímida de incentivos fiscais,
muito concentrada na Lei de Informática, de abrangência setorial;
ü
Inadequada estrutura de financiamento
às atividades de P&D;
ü
C&T e produção são três áreas
relacionadas, de forma complexa, que não permite a proposição de relações
unívocas e mecânicas;
ü
Brasil investe menos de 1% do PIB em
P&D, contra 2 e 3% de alguns países
de industrialização recente, como a Coréia do Sul;
ü
Além da menor intensidade do esforço e
do menor montante absoluto dos recursos do Brasil, os países mais avançados já
dispõem de uma infra-estrutura científica e tecnológica muito mais estruturada;
ü
Problemas do Sistema de patentes: nos Estados Unidos, o número de patentes
concedidas a brasileiros é absolutamente insignificante. Em comparação com a
Coréia do Sul, com uma taxa de crescimento de cerca de 25% ao ano. Em 2000, o
Brasil obteve 113 patentes registradas no sistema norte-americano, e a Coréia
do Sul obteve 3.472 patentes.
Investimentos CT&I países capitalistas tradicionais e em desenvolvimento;
ü
Produção científica: em 2000 Coréia do
Sul, publicou 28% a mais, artigos
científicos e técnicos do que Brasil (Livro Verde);
ü
Investimentos CT&I países
capitalistas tradicionais e em desenvolvimento;
ü
Desempenho do Brasil na área científica
é mais positivo do que na tecnológica;
ü
Por quê as empresas pouco investem em
desenvolvimento tecnológico?;
ü
Por que o desempenho brasileiro na área científica
é melhor do que na área tecnológica?;
ü
Modelo ISI, investimentos capital fixo
– empresas estatais;
ü
Privatização;
ü
Um componente importante a relação
universidade indústria.
O texto
destaca que essa deficiência tem sido maior ainda no caso da Região amazônica,
onde prevalece uma falta de atenção para a região.
O artigo apresenta um modelo que aponta para
um melhor desenvolvimento tecnológico da Região amazônica, onde a relação
Universidade Indústria constitui um fator fundamental, extremamente descuidado
pelas políticas governamentais dos últimos anos.
O referido
modelo está centrado na relação de 4 fatores fundamentais do desenvolvimento
tecnológico: Academia, governo, setor
produtivo e governo. Principais ativos e mecanismos fundamentais para conseguir
o Desenvolvimento da Região.
Na segunda
parte o artigo destaca a importância das incubadoras e parques tecnológicos
como alguns dos mecanismos principais que agregam valor ao processo de
relacionamento do setor produtivo com os centros geradores do conhecimento,
fazendo uma reflexão sobre o desenvolvimento das redes de incubadoras da Amazônia.
Destaca
também os mecanismos de bio-prospecção difundidos a região. Através de
convênios com empresas e instituições de pesquisa nacionais e internacionais.
O texto
conclui com propostas concretas para ampliar e melhorar o desenvolvimento
tecnológico da Região Amazônica, destacando:
INVESTIMENTO EM P&D;
CONHECIMENTO E ACESSO À BIODIVERSIDADE;
E ACESSO À BIOTECNOLOGIA;
INFRA-ESTRUTURA C&T; LABORATORIOS E
REDES DE PESQUISA;
MECANISMOS DE INTERÇÃO U-E -INCUBADORAS
CAPACITAÇÃO A PRODUTORES RECOLETORES
DE PLANTAS;
CONTROLE DE QUALIDADE, PADRONIZAÇÃO.
* Economista, Ms C em política Científica e Tecnológica (UNICAMP), Professor da UFPA, Pesquisador Convidado do Centro do Desenvolvimento Sustentável CDS/UNB. Doutorando em Gestão do Desenvolvimento Sustentável.
Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |