A LÍNGUA DO ESTADO E AS LÍNGUAS DO POVO: DIVERSIDADE, CIVILIZAÇÃO E CULTURA

 

Eduardo Roberto Junqueira Guimarães (Unicamp)

 

Na história moderna, a língua é elemento decisivo nos processos de identificação nacional. Este identificação, ao relacionar língua e Estado, estabelece fronteiras que incluem ou excluem em virtude das línguas ou da diversidade própria de uma língua. Este dois aspectos estão presentes no Brasil. O primeiro porque no país são praticadas cerca de 200 línguas (indígenas, de imigrantes, dos negócios, da ciência, de fronteira, além da língua do Estado ­ o português). O segundo porque o português apresenta uma diversidade muito grande (como em qualquer língua). Em ambos os casos temos uma distribuição das “línguas” para seus falantes atravessada por uma política do dizer que hierarquiza as línguas valorizando alguma em oposição às outras. Utilizando o modo de presença do conceito de civilização e cultura, procuraremos analisar esta distribuição de línguas que produz o efeito da desigualdade que se sobrepõe ao da diversidade. O que por si só instala as fronteiras de inclusão e exclusão, e assim o embate político.

 


Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004