06.07.2007
Lúcio Flávio vive há quase duas décadas sob a pressão de vários processos judiciais por escrever em seu Jornal Pessoal, com tiragem de 2 mil exemplares, que circula em Belém do Pará, o que ninguém mais tem coragem de publicar sobre os grileiros, madeireiros, políticos, empresários, intelectuais e poderosos em geral.
Em sua conferência na 59ª Reunião Anual da SBPC, intitulada “Qual é o lugar da Amazônia no século XXI?”, o jornalista irá discutir temas aos quais dedicou boa parte de sua vida, fazendo um diagnóstico dos problemas e traçando cenários futuros para a região amazônica. Como afirma Lúcio Flávio, a Amazônia poderá desempenhar, no século XXI, o papel que a África e a Ásia tiveram nos dois séculos anteriores, como uma colônia de recursos naturais, sobretudo os bens eletro-intensivos. Segundo ele, as novas tecnologias e os sofisticados circuitos do capital camuflam essa nova função colonial, mas ela emerge de realidades pungentes: maciça destruição ambiental, relações sociais de produção anacrônicas, relações comerciais deficitárias com o mercado internacional, falta de acesso às decisões mais importantes sobre seu próprio destino, entre outras mazelas de que padece a região.
“Com a consciência planetária sobre a importância da região e os avanços da ciência, além da percepção das empresas por sua responsabilidade social, a Amazônia conseguirá escapar ao destino colonial?”.
Sobre o conferencista:
Ganhador de quatro prêmios Esso, dois da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais), e o maior prêmio jornalístico da Itália (o prêmio Colombe d ’ Oro per la Pace), percorreu, ao longo de 38 anos de profissão, diversas redações como do Estadão, Veja e Isto É, e publicações alternativas, como dos extintos jornais Opinião e Movimento. Tem 10 livros publicados, todos sobre a Amazônia.
O que é a reunião anual da SBPC
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência reúne representantes de todas as áreas da ciência brasileira desde 1948, quando foi fundada em São Paulo com o objetivo de defender o avanço científico e tecnológico do país e o seu desenvolvimento educacional e cultural. A reunião anual é a oportunidade dessa comunidade se manifestar sobre questões fundamentais para a independência e desenvolvimento econômico nacionais. Todos os anos, ela é realizada em diferentes pontos do país, com o objetivo de ampliar o debate para todos os Estados, com a participação de 83 sociedades e associações científicas.
Milhares de pessoas, incluindo cientistas, professores, estudantes e outros interessados participam desses encontros que desempenham duas funções importantes. A primeira é servir de ponto de encontro e unidade dos cientistas do país, tratando tanto de temas estritamente acadêmicos como dos problemas mais gerais que afetam a atividade científica. O segundo é mais geral, ou seja, discutir as grandes questões sociais, econômicas, políticas e tecnológicas que afetam o país como um todo.
A primeira reunião da SBPC, realizada em outubro de 1949, realizado em Campinas, interior de São Paulo, reuniu 104 participantes. Este ano são esperados aproximadamente 15 mil participantes.
*O credenciamento de imprensa poderá ser feito pelo site da Reunião Anual da Universidade Federal do Pará (http://www.sbpc.ufpa.br).
SBPC - Assessoria de Imprensa Maristela GarmesTel. 11 3259 2766www.sbpcnet.org.br
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