64ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 7. Economia Regional e Urbana
LEVANTAMENTO SOCIOECONÔMICO DOS PRODUTORES DE FIBRAS NO MUNICÍPIO DE PARINTINS/AM
Odin Barbosa de Oliveira 1
Brenda Tavares de Souza 1
Jalil Castro Dray 1
Lena Andréa Lima Muniz 1
1. Depto. de Ciências Sociais - CESP/UEA
2. Profa. Msc./ Orientadora – Depto. de Ciências Sociais - UEA
INTRODUÇÃO:
A busca por produtos naturais acarretou em um importante crescimento no desenvolvimento econômico da região Norte. A produção de fibras vegetais no Amazonas já se deu em grande escala. Em 1981 produziu-se cerca de 95 mil toneladas e 20% era destinado à exportação, tornando o pais auto-suficiente (Site Amazonas Informa). A falta de políticas públicas e de incentivos do governo ocasionou a perda de mercado levando a importação de matéria-prima para suprir a demanda. A produção de fibras hoje é destinada à fabricação de sacos de serrapilheira, usado para ensacar grãos e na fabricação de artefatos como sandálias, cordas e telas. Parintins, município do interior do estado do Amazonas, há 350 km da capital Manaus, também sofreu com o declínio produtivo, o município que já foi o maior produtor do estado, hoje conta, apenas, com uma indústria têxtil e toda produção é exportada para o Estado do Pará. Outro fator que contribuiu com o declínio da produção foi a substituição da fibra vegetal pela fibra sintética, levando a perda acentuada de renda para os produtores, obrigando-os a buscar outras fontes economicamente rentáveis. Esse trabalho de pesquisa tem como objetivo apresentar o processo produtivo das fibras vegetais e sua importância para a economia local.
METODOLOGIA:
A Industrial Têxtil de Castanhal foi tomada como base para a pesquisa, por ser a única no município. A coleta de dados se deu através de aplicação de questionário fechado junto à gerência da Companhia e no Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM). O levantamento de dados aconteceu nos dias 15 e 16 de agosto de 2011. A pesquisa foi realizada com a participação de oito pesquisadores, que expuseram o objetivo da pesquisa antes do inicio da coleta e participaram texto de parte do processo de produção com o objetivo de melhor compreendê-lo. Utilizou-se ainda na composição deste trabalho dados primários para sua fundamentação e investigação de seu processo histórico na região.
RESULTADOS:
Segundo dados obtidos o estado do Amazonas ainda é o maior produtor de fibras vegetais do Brasil e destina 100% de sua produção ao estado do Pará, que agrega valor ao produto através da fabricação de sacos de sarrapilheira destinados à região sudeste do país, mais especificamente para o estado de São Paulo. Para o plantio é feito doação de sementes de juta e malva pelo IDAM, no entanto, a quantidade de sementes é insuficiente para suprir as necessidades dos produtores levando-os a complementar sua produção através da aquisição de sementes e instrumentos de produção junto à CTC (Companhia Têxtil do Castanhal), única empresa do ramo de fibras presente no município, o qual firma um acordo com o produtor que deverá pagar com sua produção os recursos disponibilizados pela Companhia. As fibras são plantadas nas terras de várzeas, área propicia à produção. Em Parintins as comunidades que mais produzem são: Mocambo, Caburi, Costa da Águia, Ilha das Onças e Ilha do Vale. Ainda, segundo os dados, o município de Parintins perdeu mercado e hoje é o menor fornecedor da matéria-prima, o município de Manacapuru é hoje o maior produtor do estado. Comprovou-se que apenas uma pequena parte da produção gera renda no município.
CONCLUSÃO:
A produção de fibras vegetais no município de Parintins, hoje, esta muito aquém de sua real potencialidade. A falta de políticas públicas que fomentem a produção e o incentivo a criação de empresas locais de beneficiamento das fibras leva o município a exportar toda sua produção para o estado do Pará. Há perda para os produtores rurais, para o município e, por conseguinte para o Estado. Observou-se que a produção dessas fibras poderia ser explorada de forma a torná-la auto-suficiente, eliminando a dependência paraense e conseqüentemente mantendo o capital gerado pela produção no Estado do Amazonas. Os subsídios governamentais implantados levariam o estado a deter todo o processo de produção, beneficiamento e comercialização no mercado nacional e internacional, tornando assim, a produção de fibras uma das potencialidades da economia local.
Palavras-chave: Produção, Fibras, Políticas Públicas.