64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 4. Enfermagem Obstétrica |
CARACTERIZAÇÃO DOS INTERNAMENTOS E ÓBITOS RELACIONADOS À GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO NO NORDESTE |
Gabriele Vasconcelos Arcanjo 1 Hellen Lívia Oliveira Catunda 1 Igor Cordeiro Mendes 1 Karine de Castro Bezerra 1 Elizian Braga Rodrigues Bernardo 1 Mônica Oliveira Batista Oriá 2 |
1. Depto. de Enfermagem da UFC 2. Profa. Dra./Orientadora do Depto. de Enfermagem da UFC |
INTRODUÇÃO: |
A gestação, o parto e o puerpério são eventos que constituem uma experiência humana significativa e enriquecedora para todos que deles participam. No entanto, eventos inesperados podem ocorrer durante a gestação, causando ameaça à vida materna além da perda fetal. Com o intuito de minimizar essa problemática, o Ministério da Saúde lançou a Política de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN), que busca garantir o acesso e a qualidade do acompanhamento pré-natal. Todavia, ainda são inúmeros os casos de intercorrências por condições obstétricas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mortalidade materna constitui o retrato do painel sócio-politico-cultural da sociedade. É preciso, portanto, ter informações sobre níveis e tendências da mortalidade materna não somente pelo que ela estima sobre os riscos da gravidez, mas também pelo que significa sobre a saúde em geral da mulher e pelo seu status social e econômico. Sendo assim, estimar a magnitude dos internamentos e da mortalidade por causas obstétricas é um dos primeiros passos para identificar possíveis deficiências na assistência a essas mulheres e propor mecanismos com o intuito de solucioná-los. Portanto, objetivou-se identificar as internações e óbitos por condições obstétricas nas Macrorregiões do Ceará. |
METODOLOGIA: |
Estudo do tipo epidemiológico, descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Foram utilizados dados referentes à gravidez, parto e puerpério da região nordeste disponíveis no site do DATASUS e devidamente registrados conforme indicado pelo Ministério da Saúde no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010. Os dados foram analisados em relação à frequência absoluta e frequência relativa e procederam das AIHs, os quais são enviados para a Secretaria de Saúde para formação do banco de dados do SIH-SUS. Identificaram-se todos os casos referentes a internações e óbitos relativos a causas obstétricas indicadas no capítulo XV do Código Internacional de Doenças. Reportando-se às causas de internações e óbitos, foram selecionados os casos de maior expressividade, sendo os de internações:Parto único espontâneo; Outras complicações da gravidez e do parto; Outros motivos de assistência à mãe relacionados à cavidade fetal e amniótica, e possíveis problemas de parto. Já em relação aos óbitos, foi selecionado:Parto único espontâneo. |
RESULTADOS: |
Destaca-se o estado da Bahia com maior frequência em óbitos relacionados à gravidez, parto e puerpério, sendo a principal causa catalogada Outros motivos de assistência à mãe relacionados à cavidade fetal e amniótica. Contudo, comparando esse mesmo fator com os outros estados do nordeste, sua frequência em números de caso é igual as do Ceará, 9 óbitos (44,4%) de 40 no total. Piauí e Sergipe mostraram os menores índices de morte, com 6 óbitos (2,7%) em ambos os estados de um total de 220. No tocante às internações, o estado da Bahia foi o que apresentou a maior taxa de internação, 214.170 (26,4%) de um total de 812.122. Uma das causas frequentes e preocupantes dos óbitos neste estado foi Outros motivos de assistência à mãe relacionados à cavidade fetal e amniótica e possíveis problemas de parto, apresentando 15.797 internações( 7,38%). O estado com menor número de internações é Sergipe, com 32.435,(3,99%) sendo 2.592 (7,99%) relacionadas ao aborto espontâneo. Os achados mostraram-se úteis no sentido de fornecer elementos para planejamento e alocação de recursos para auxiliar na melhoria de estratégias que visam uma assistência de qualidade tanto no período pré-natal quanto no pós-natal, pois a mortalidade materna é o reflexo direto da qualidade dessa assistência prestada. |
CONCLUSÃO: |
O presente estudo mostrou que o estado da Bahia apresentou os maiores índices de óbitos e internações referentes à gravidez, parto e puerpério. Cabe destacar que a atenção à saúde da mulher envolve a compreensão de aspectos biológicos, epidemiológicos, sociais, culturais, éticos e antropológicos articulados em um contexto de atuação de uma equipe multiprofissional. Dessa forma, faz-se necessário fomentar estudos que auxiliem os órgãos competentes e os profissionais da saúde a investir nos serviços de saúde que prestam atendimento às mulheres, permitindo que sejam verificados os principais problemas referentes a essa assistência prestada no ciclo gravídico-puerperal com o intuito de garantir uma maior resolutividade das problemáticas mais prevalentes e a melhoria da assistência. |
Palavras-chave: Saúde da Mulher, Mortalidade Materna, Mortalidade Infantil. |