64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva |
EDUCAÇÃO, SAÚDE E AMBIENTE: Um relato de experiência no bairro Belém Velho - Porto Alegre/RS |
Eliseu Bozzetto 2 Maria de Fátima de Oliveira Lima 2 Roger Pereira 2 Claudimar Freire 2 Angélica Duarte Lima 2 Jacqueline Oliveira Silva 1,2 |
1. Profa. Dra. Orientadora - Depto de Medicina Social - UFRGS 2. UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho descreve uma ação realizada pela equipe do PET Conexões de Saberes no bairro Belém Velho, em Porto Alegre/RS. O projeto de extensão objetiva desenvolver práticas de educação focadas na relação alimentação, saúde e ambiente problematizando-as com grupos vulneráveis da população local. Re-estabelecer as relações entre o alimento, a saúde e o ambiente consiste um desafio para a educação em saúde. A partir do uso da ecoalfabetização, os objetivos foram buscar construir uma nova visão junto aos alunos sobre práticas de produção de alimentos saudáveis e seu uso. A ecoalfabetização estabelece a compreensão dos princípios básicos da sustentabilidade, estimulando a reflexão na vida diária das comunidades (Legan, 2007:11). Identificar a relação estabelecida pelos alunos a partir dos resíduos produzidos na comunidade sob a ótica da educação para a gestão do ambiente através da introdução dos “Rs” (repensar, reduzir, reutilizar, reciclar), estimulando a formação de multiplicadores de educação ambiental através da reflexão crítica e a mudança de atitude, a partir do consumo consciente do alimento na preservação da qualidade de vida. |
METODOLOGIA: |
A metodologia de caráter empírico sensível utilizou oficinas de educação ambiental desenvolvidas em diferentes momentos e espaços do mesmo território. As oficinas tinham como público alvo alunos em idade escolar vinculados ao Serviço de Atendimento Sócio Educativo (SASE) da Associação Comunitária Belém Velho (ASCOBEV). Foram realizadas oficinas de reciclagem e reutilização de resíduos descartados para fornecer uma nova visão de reaproveitamento e uso do lixo, anteriormente visto como material sem valor, em um objeto de decoração. A oficina de plantio, a construção da composteira e do minhocário estabeleceram um ciclo de produção de alimentos (hortaliças e temperos) a partir de técnicas de permacultura, utilizando equipamentos e materiais existentes no próprio ambiente. Outra oficina trabalhou com o estímulo do tato e olfato em ambiente externo e com as relações de socialização no grupo. |
RESULTADOS: |
Como resultados, os estudantes demonstraram conhecimento sobre importância da separação prévia dos resíduos, mesmo que a prática de separação de resíduo não ocorresse de forma integral no local. Diversos alunos mostraram conhecimento sobre uso de algumas sementes e de hortaliças, hábitos esses desenvolvidos por suas famílias e que serviram de grande contribuição durante as atividades, fortalecendo o envolvimento e a participação nas tarefas. As atividades ao ar livre despertaram o interesse e a participação do grupo, pois envolveu a socialização e exploração de sentidos como atividade de sensibilização. As atividades propostas sempre buscaram envolver a comunidade, os responsáveis pelos alunos e os funcionários do SASE, porém, não houve participação da comunidade nas atividades propostas. O encerramento deste ciclo de educação ambiental foi a construção da horta vertical, que possibilitou a utilização dos conceitos e técnicas apreendidas durantes as atividades desenvolvidas anteriormente. As crianças tiveram a oportunidade de levar o produto finalizado na oficina. |
CONCLUSÃO: |
Os alunos demonstraram conhecimento sobre os temas ambientais, o que comprova a participação das escolas locais na utilização dessa temática através das disciplinas escolares. Durante as oficinas, o uso da temática ambiental sempre buscou estabelecer a importância do ambiente natural saudável para a promoção da qualidade de vida das populações. Concluímos que as oficinas não formaram multiplicadores de educação ambiental, pois ocorreu baixa participação da comunidade local, além da descontinuidade ao trabalho iniciado. Devido à abrangência da educação ambiental, por suas características sistêmicas e pela necessidade de uma visão holística, ela ainda enfrenta dificuldades no seu estabelecimento no âmbito educacional, tanto formal quanto informal. Vencer tais desafios apresenta-se como uma tarefa necessária na construção de uma sociedade mais ética e co-responsável para a promoção de um ambiente com qualidade para a preservação da vida. |
Palavras-chave: Educação, Saúde, Ambiente. |