64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública |
USO DE ÁLCOOL ENTRE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA |
Adely Fátima Dutra Vieira Araujo 1 Ana Larissa Araujo Nogueira 2 Amanda Namíbia Silva Pereira 3 João Jorge da Costa Júnior 4 Rita Ivana Barbosa Gomes 5 Ana Hélia de Lima Sardinha 6 |
1. Mestranda em Saúde Ambiente – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 2. Mestranda em Enfermagem – UFMA 3. Mestranda em Enfermagem – UFMA 4. Enfermeiro graduado pela UFMA 5. Profa. – Departamento de Enfermagem – UFMA 6. Profa. Dra. – Departamento de Enfermagem – UFMA |
INTRODUÇÃO: |
O consumo de álcool é considerado um dos mais importantes problemas de saúde pública nas sociedades ocidentais. No Brasil, o álcool é a droga mais consumida. Apesar dessa constatação, a sociedade vem tratando o tema com relativa complacência, em especial no que se refere ao público jovem, principal alvo das grandes corporações produtoras desse tipo de bebida. Reportando-se aos universitários, é fato que o consumo de álcool é uma prática frequente, muitas vezes desde o início da vida acadêmica. O ingresso na universidade representa uma nova realidade e proporciona um sentimento de independência, o que faz com que muitos jovens busquem novas experiências, incluindo a adesão ao etilismo e ao tabagismo. Esse tipo de comportamento repercute diretamente sobre a saúde dos jovens, principalmente nos âmbitos físico e psicológico. Diante deste cenário, percebe-se que debater a temática do consumo de álcool entre universitários se constitui em um grande desafio. No entanto, as implicações sociais e emocionais atreladas a esse hábito indicam que medidas de conscientização precisam ser tomadas com urgência. Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência do consumo de álcool entre acadêmicos de Educação Física, no intuito de avaliar as repercussões do etilismo sobre esta população. |
METODOLOGIA: |
Estudo epidemiológico descritivo no qual se levantou a prevalência do consumo de álcool entre estudantes de uma universidade pública de São Luís-MA. A amostra foi constituída por 80 estudantes de Educação Física. A coleta de dados ocorreu entre maio e junho de 2011 e desenvolvida com a utilização de dois questionários auto-preenchíveis. O primeiro questionário baseado no modelo proposto pela Organização Mundial de Saúde e adaptado para o contexto brasileiro, onde constavam dados de identificação, sociodemográficos e dados referentes ao consumo alcoólico. O segundo questionário constou no formulário CAGE, composto por quatro questões representadas pelas palavras-chave associadas a cada letra: C – cut down (diminuir a ingestão); A – annoyed (irritado); G – guilty (culpado); E – eye-opened (necessidade de beber ao acordar para evitar ressaca). As perguntas do questionário são: Alguma vez o Sr. sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber?; As pessoas o aborrecem porque criticam o seu modo de beber?; O Sr. se sente culpado pela maneira com que costuma beber?; O Sr. costuma beber pela manhã para diminuir o nervosismo ou a ressaca? A análise estatística dos dados foi realizada com o software Statistical Package for Social Sciences versão 17.0. |
RESULTADOS: |
Participaram da pesquisa 80 universitários, a maioria alocados na faixa etária de 18 a 25 anos (89,5%) e do sexo masculino. O consumo de bebida alcoólica em algum momento da vida foi reportado por 95% da amostra. Comparando-se a prevalência de consumo de álcool entre os gêneros, verificou-se: 97,72% dos homens e 91,66% das mulheres referiram já ter consumido álcool. A religião foi outra variável de interesse, tendo sido verificado que a maior parte dos alunos era católica (75%), seguida por uma parcela que referiu não seguir nenhuma religião (8,75%) e pelos evangélicos (7,5%). No que se refere à renda familiar, foi constatado que houve maior proporção de estudantes alocados na faixa de R$1.440,00 a R$2.400,00 (30,79%). Com relação à idade em que os estudantes consumiram álcool pela primeira vez, destacou-se a faixa etária dos 15 aos 19 anos (50%), seguida por 10 a 14 anos (29%), o que evidencia que entre boa parte dos entrevistados o hábito se iniciou antes mesmo do ingresso na universidade. Os resultados do teste CAGE evidenciam que 15% da amostra já se encontrava em provável alcoolismo, ou seja, apresentava problemas físico-psíquicos associados ao álcool, e que 36% encontravam-se em situação de risco. |
CONCLUSÃO: |
Este estudo permitiu traçar um perfil dos acadêmicos de Educação Física de uma universidade pública em relação ao consumo de álcool e verificar a prevalência de problemas físico-psíquicos associados a esse hábito. Os resultados indicam a existência de um contexto de exposição destes jovens ao alcoolismo e aos problemas advindos desta desordem, como prejuízos no processo de aprendizagem e ausências em aulas, o que pode comprometer não apenas a saúde, mas também a formação acadêmica. Isto leva à reflexão de que o ambiente acadêmico é propício para se desenvolver estratégias de educação em saúde, mas ao mesmo tempo, que as estratégias de divulgação dos efeitos nocivos do álcool à saúde são insuficientes e pouco direcionadas a esta população. Este estudo contribui como um alerta para a população universitária a respeito dos prejuízos inerentes ao consumo alcoólico exacerbado. Sugere-se que medidas sejam tomadas frente ao consumo alcoólico exacerbado entre os jovens, uma vez que este traz consequências fisiológicas, psíquicas e sociais graves. A educação em saúde destaca-se neste sentido sendo uma estratégia eficaz para divulgar tais males à população em geral e para a conscientização a respeito dos riscos advindos do consumo não moderado do álcool. |
Palavras-chave: Alcoolismo, Prevalência, Estudantes. |