64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 1. Comportamento Político
BIG STICK: AFINAL, A IMPRENSA BRASILEIRA É GOVERNISTA OU GOLPISTA? UMA ANÁLISE SOBRE A NATUREZA DO PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA (PIG)
Rodolfo Silva Marques 1
André Silva de Oliveira 2
Paulo Sérgio Ribeiro 3
1. UFPA
2. UFPA
3. UFPA
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho busca discutir, em sua essência o controle social da imprensa no Brasil, considerando as correlações existentes entre os diferentes grupos editoriais no país em relação ao poder público e o comportamento efetivo do suposto “Partido da Imprensa Golpista” no país, termo criado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, que atua na TV Record. Discutir essa temática é deveras importante no atual contexto democrático em que vive o Brasil, considerando que se trata de uma democracia jovem (retomada a partir de 1985), incompleta e que precisa se afirmar enquanto representatividade. Utiliza-se neste artigo o método dedutivo, a partir de uma base analítica e de relatos colhidos na grande mídia impressa do país, ao mesmo tempo em que se busca contribuir para o aprofundamento da discussão da temática no Brasil. Também se traça um paralelo, para efeito ilustrativo, com algumas democracias recentes da América Latina, como Argentina e Equador, em que alguns conflitos entre Imprensa e Governo são comuns e nos quais a visão de haver uma imprensa supostamente “golpista” também entra em evidência. Recentemente, o 4º Congresso Nacional do PT pediu a criação de “um novo marco regulatório para as comunicações no país.”
METODOLOGIA:
É usado o método dedutivo, a partir de uma base analítica e de relatos colhidos na grande mídia impressa do país, ao mesmo tempo em que se busca contribuir para o aprofundamento da discussão da temática no Brasil. Não há pesquisa de campo e, sim, análise de dados coletados em mídia impressa no ano de 2011, no Brasil, considerando revistas como Veja, Isto É e Época e jornais como A Folha de São Paulo e O Globo. O presente ensaio analisa a relação conflituosa entre imprensa e governo no Brasil e que tipo de PIG prevalece em tal cenário, dentro dos contextos da democracia e da representatividade.
RESULTADOS:
O jornalista Paulo Henrique Amorim (TV Record) chegou a cunhar a definição “PIG – Partido da Imprensa Golpista” – para designar o suposto movimento golpista da imprensa conservadora. De outro lado, o segundo grupo traduz a sigla para partido da imprensa governista e insinua um acordo entre governo e parte da imprensa para não submeter a ação governamental à fiscalização da imprensa. A partir dos dados coletados e analisados, verificou-se que há um equilíbrio de forças entre as empresas que denotam uma oposição mais sistemática em relação ao Governo Federal (como “Veja” e “Folha de São Paulo”, por exemplo), veículos que apóiam Dilma Roussef da mesma forma que apoiavam Luís Inácio Lula da Silva (como “Isto É”) e grupos editoriais que mantém uma linha de uma certo grau de neutralidade (“Época” e “O Globo”, por exemplo).
CONCLUSÃO:
Durante o governo do presidente Lula, o papel da imprensa brasileira foi debatido intensamente entre os que a acusavam de engendrar um golpe contra o governo e os que defendiam a fiscalização dos atos oficiais como indispensável à democracia. Neste sentido, não fica caracterizado nenhum movimento de pêndulo efetivo a respeito das concepções de “imprensa golpista” e/ou “imprensa governista”, na mais pura acepção dos conceitos.
Palavras-chave: Imprensa Golpista, Imprensa Governista, Democracia e Representatividade.