64ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
FITODISPONIBILIDADE DE METAIS NOS FRUTOS E FOLHAS DA ESPÉCIE Pimenta dioica Lindl
Ila Oliveira Guerra do Nascimento 1
Natale Cristine Costa Carvalho 2
Victor Elias Mouchrek Filho 3
Odair dos Santos Monteiro 4
Valdez Diniz Junior 5
Marina Cristine Silva Maranhão 6
1. Iniciação Científica –Depto de Tecnologia Química – UFMA
2. Mestranda em Química – UFMA
3. Profº. Dr. Depto de Tecnológia Química - UFMA
4. Profº. Dr./Orientador - Depto de Química - UFMA
5. Profº Msc. da Rede Estadual de Ensino - SEEDUC/MA
6. Iniciação Científica –Depto de Farmácia – UFMA
INTRODUÇÃO:
A família Mirtaceae compreende 149 gêneros e 3.000 espécies, que estão distribuídas nas regiões tropicais, subtropicais e Austrália temperada. Nessa família encontra-se a espécie Pimenta dioica Lindl, que possui várias finalidades como atividade fungicida, larvicida e principalmente bactericida. Além de sua utilização na culinária em temperos de sopas, guisados, picles, chás, bolos, biscoitos, pastéis, esta é utilizada também em produtos alimentares como ketchups, salsichas e sanduíches. Sabe-se que um grande número de elementos minerais são essenciais para a nutrição humana e de muitos mamíferos, desempenhando importantes atividades no organismo, controlando e regularizando as funções de diversos órgãos. Tendo em vista a importância dos minerais em nosso organismo, no desenvolvimento da planta, e a grande utilização desta espécie na culinária, o presente trabalho teve como objetivo discutir a fitodisponibilidade de metais no óleo essencial extraído dos frutos e folhas da Pimenta dioica Lindl.
METODOLOGIA:
A determinação dos metais cobre, ferro, potássio, magnésio e sódio foi realizada utilizado-se a digestão via seca em cadinhos de porcelana. Inicialmente, pesou-se 1,0 g (± 0,001) de cada material diretamente em cadinhos de porcelana. Os cadinhos foram levados ao forno-mufla ainda frio, sendo a temperatura gradativamente elevada a 500°C, na qual permaneceram aproximadamente 3 horas. Após esfriamento natural, foram adicionadas 5 gotas de HCl 3 mol/L a cada cadinho, para auxiliar na decomposição. Em seguida, os cadinhos retornaram ao forno-mufla por mais 3 horas, para assegurar a completa decomposição do material. Após novo esfriamento, foram adicionados 10 mL de HCl 3 mol/L e aquecimento em placa aquecedora a 80°C por 15 minutos, para a completa solubilização das cinzas. Posteriormente, foi feita a filtragem da solução com papel filtro (JP 42 Quanty Cinza 0,007 15 cm) em balões volumétricos de 100 mL, completando o volume com água deionizada, estando assim, apta à leitura. As concentrações dos metais foram determinadas pelo Espectrofotômetro de Absorção Atômico modelo AA 50 com forno de grafite e chama modelo GTA 110 – VARIAN, acoplado a um computador DELL GX110.
RESULTADOS:
Todas as análises foram realizadas em triplicata e apresentaram desvios padrões relativos em torno de 1%. Os teores dos elementos minerais encontrados nas amostras analisadas foram calculados a partir da construção de curvas analíticas para cada elemento com um total de, no mínimo, 5 pontos e apresentando um coeficiente de regressão linear superior ou igual a 0,9980. Os resultados obtidos para as determinações em frutos de Zn, K, Mg, Fe e Cu, nas amostras calcinadas foram respectivamente 0,296±0,004; 126,55±0,035 mg/L; 14,7±0,005 mg/L; 0,265±0,004 mg/L; e 0,253±0,006 mg/L, já para as folhas, foram obtidos os seguintes resultados: Zn: 0,116±0,001 mg/L; K: 0,115±0,003 mg/L; Mg: 0,0068±0,001 mg/L; Fe: 0,272±0,002 mg/L; e Cu: 0,018±0,0002mg/L. Para fins de avaliação, o modelo estatístico aplicado foi o teste t de Student, considerando um intervalo de confiança de 95% para análises. A partir dos resultados observou-se que na amostra dos frutos o metal que apresentou maior teor foi o K com 126,55±0,035 mg/L, enquanto que o menor foi o metal Cu com 0,253±0,006 mg/L. Nas folhas secas o Fe com 0,272±0,002 mg/L apresentou maior teor, enquanto o metal Mg, apresentou o menor teor com 0,0068±0,001 mg/L.
CONCLUSÃO:
Em todas as partes analisadas da Pimenta dioica, encontrou-se presença de metais, mesmo em pequenas concentrações, estando no fruto em maior proporção o potássio e na folha o ferro, possuindo assim, teores nutricionais significativos. O teor de minerais na planta favorece a sua utilização como um componente adicional na formulação de outros alimentos, por ser uma fonte de micronutrientes, de baixo custo e acessível às populações rurais e urbanas.
Palavras-chave: Óleo essencial, Pimenta dioica Lindl, Metais.