64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
RELAÇÕES HÍDRICAS E TROCAS GASOSAS EM DUAS VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR SUBMETIDAS A ESTRESSE HÍDRICO DE CURTA DURAÇÃO
Alison Alberto Laurindo de Lucena 1
Antunes Oliveira de Araújo 1
Hugo Henrique Costa do Nascimento 2
Marcos Oliveira de Moraes 3
Djalma Eusébio Simões Neto 4
Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira 5
1. Depto. de Agronomia – Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE
2. Depto. de Ciência Florestal – Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE
3. Centro de Ciências Biológicas – UFPE
4. Coordenador da Estação Experimental de Cana-de-açúcar do Carpina-EECAC-UFRPE
5. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Biologia – Universidade Federal Rural de Pernambuco -UFRPE Bolsista de produtividade – CNPq
INTRODUÇÃO:
A disponibilidade hídrica é um dos fatores que condicionam a produtividade e o sucesso de uma cultura, pois está envolvida direta ou indiretamente em todos os processos fisiológicos. A cana-de-açúcar (Saccharum sp), por sua vez, é uma cultura de grande importância sócio-econômica e ambiental para o país, sendo o Brasil o maior produtor e exportador mundial dos seus produtos, açúcar, álcool e derivados, dada importância na produção de energia elétrica. No entanto, as irregularidades das chuvas no Nordeste brasileiro associada à predominância da alta temperatura e evaporação, são consideradas a maior adversária da produtividade na Região. Dessa forma, é muito importante avaliar as relações hídricas e trocas gasosas em cana-de-açúcar submetidas a estresse hídrico de curta duração.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na casa de vegetação do Laboratório de Fisiologia Vegetal da UFRPE. Nesse período as médias da temperatura e umidade relativa variavam de 24,3ºC a 31ºC e 50,2% a 75%, respectivamente. Após o transplantio, as plantas foram cultivadas em vasos de polietileno com capacidade de até 15 kg e durante 120 dias foram regadas diariamente, sendo mantidas em condições hídricas adequadas. Para minimizar a perda de água excessiva de água do solo por evaporação, a superfície dos vasos foi coberta. Após esse período a irrigação foi suspensa por 48h e as avaliações realizadas em dois momentos (24h e 48h após a implementação do estresse). Mensurou-se a transpiração (E) e a condutância estomática (gs), com um analisador portátil de CO2 a infravermelho (IRGA) nas folhas +2 entre 11h e 13h. Posteriormente determinou-se o Ψwf e o TRA nessas mesmas folhas. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05) utilizando o software ASSISTAT 7.6.
RESULTADOS:
De acordo com os resultados obtidos, o estresse hídrico de pouca duração reduziu as trocas gasosas após 48h da imposição do estresse, em ambas as variedades, sem contudo apresentar diferenças significativas entre elas. Os valores médios de E foram de 5,93 mmol H20 m-2.s-1 para a RB92579 e de 4,78 mmol H20 m-2.s-1 para a RB72454, quando irrigadas. Sob condições de estresse esses valores reduziram para 4,72 mmol H20 m-2.s-1 e 4,09 mmol H20 m-2.s-1, respectivamente. De forma similar o estresse causou reduções significativas na gs, na ordem de 17,43% e 38,33% para as RB92579 e RB72454, respectivamente, em relação ao controle. Com relação ao Ψwf a RB92579 apresentou valores mais negativos (-1,31 MPa) que a RB72454 (-1,24 MPa) às 12h. Esse comportamento se repete às 4h onde a RB92579 (-0,52 MPa) apresenta seu potencial 40,38% mais negativo que a RB72454 (-0,31 MPa) em função do estresse. Foram observadas diferenças significativas entre as variedades no TRA às 4h, onde a RB92579 (76,29%) apresentou reduções de 14,89% quando comparada a RB72454 (89,64%). No entanto, às 12h não foram verificadas diferenças estatísticas entre as variedades.
CONCLUSÃO:
Constatou-se que as variedades reduziram as trocas gasosas na tentativa de minimizar perdas excessivas de vapor d’água para a manutenção da turgescência celular e que os resultados do Ψwf e TRA sugerem que a variedade RB92579 foi menos eficiente na manutenção do status hídrico.
Palavras-chave: Saccharum sp, Relações hídricas, Trocas gasosas.