64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal |
CURSO DIÁRIO DAS TROCAS GASOSAS EM PLANTAS DE CUPUAÇUZEIROS |
Greiziany Soares Paulino 1 Flávio José Rodrigues Cruz 2 Aline dos Santos Pereira 1 Karlla Zilda Vieira Tavares 1 Milene Moara Reis Costa 1 Raimundo Lázaro Moraes da Cunha 3 |
1. Instituto de Ciências Agrárias - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA 2. Departamento de Ciências Biológicas Aplicada à Agropecuária - Universidade Estadual paulista - UNESP - Campus Jaboticabal 3. Prof. Dr. / Orientador - Instituto de Ciências Agrárias - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA |
INTRODUÇÃO: |
O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) é uma das mais importantes fruteiras da Amazônia. Estudos demonstrou que o cupuaçu apresenta quase o dobro de vitamina c que o cacau e o teor de potássio quatro vezes superior. Pela grande variedade de produtos que podem ser obtidos de seu fruto, como: sorvetes, sucos, doces, geleias e as sementes que podem ser aproveitados para a produção do cupulate (chocolate obtido da semente do cupuaçu), o cupuaçu desperta grande interesse para os produtores, comerciantes, industriais e consumidores. Por ser considerada uma espécie umbrófila, a cultura do cupuaçu pode ser associada com espécies de grande porte, constituindo um sistema de produção adequado ao desenvolvimento da fruticultura em áreas de capoeira onde tais plantas apresentam um baixo ponto de compensação de luz. Alguns estudos mostram que a diversidade de resposta genotípica das trocas gasosas em plantas de cupuaçuzeiro é devida a fatores estomáticos e ao conteúdo de nitrogênio foliar, fato que deve ser considerado, pois a eficiência do uso da água em plantas está intimamente relacionada ao bom desempenho fotossintético com reflexos positivos no ganho de massa seca pelas plantas. Objetivou-se com este estudo avaliar as trocas gasosas e temperatura foliar em cinco clones de cupuaçu cultivados em condições de luminosidade sob o dossel de capoeira. |
METODOLOGIA: |
O estudo foi conduzido sob o dossel de capoeira situada na Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém-Pará. Para tanto, sementes de cinco clones de cupuaçu foram selecionadas a partir do viveiro da EMBRAPA Amazônia Oriental, Belém-Pará. A semeadura foi realizada em vasos plásticos contendo 15 dm-3 de latossolo amarelo e esterco na proporção de 4:1. Quinzenalmente foram realizadas adubações com solução nutritiva de Hoagland e Arnon com força total, assim como irrigações em intervalos de três dias a fim de deixar o solo na capacidade de campo. Seis meses após o semeio foram avaliadas a fotossíntese (A), condutância estomática (gs), transpiração (E), concentração interna de CO2 (Ci), temperatura foliar (TF) e do ar (TA) através de um analisador de gás infravermelho (IRGA). As avaliações de trocas gasosas foram conduzidas em folhas expandidas realizadas nos horários de 08:00; 10:00 ; 12:00; 14:00 e 16:00 horas. A temperatura média do ar foi de 35 ±1 °C e umidade relativa de 87%. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado consistindo de cinco clones de cupuaçu, cinco horários de avaliação e cinco repetições. Foi realizada a análise de variância com os dados qualitativos referentes aos clones comparados pelo teste de Scott - Knott a 5% de probabilidade. |
RESULTADOS: |
A partir das 10:00 h houve elevação da Tf a um valor médio de 38°C em todos os clones. Porém, nos horários de 12; 14 e 16:00 h a Tf foi reduzida em todos os clones em cada horário acima, com os clones apresentando médias de Tf em torno de 36; 36,5 e 35°C respectivamente. A gs foi mais afetada a partir das 11:00 h em todos os clones com maiores reduções após as 12:00 h. A E, por sua vez, apresentou o mesmo padrão de resposta nos horários posteriores a 11:00 h. No horário de 10:00 h, a gs e E foram significativamente maiores no clone Coari. A Ci foi aproximadamente a mesma, não havendo diferenças significativas entre os clones em cada horário de avaliação. No entanto, houve queda em seus valores a partir das 10:00 h com maiores reduções as 16:00 h. Apesar disso, o clone Manacapuru apresentou taxas de A maiores as 12 e 14:00, e levemente maiores as 16:00 h em relação aos demais clones. Alguns estudos com cupuaçuzeiro mostram que gs está relacionada com taxa de A em clones de cupuaçu que apresentaram maior gs. Apesar de não haver diferenças significativas na gs entre os clones as 12; 14 e 16:00 h observou-se uma resposta particular do clone Manacapuru que apresentou maiores taxas de A em horários de avaliação onde a Tf média dos clones foi de 36 e 37°C (12 e 14:00 h, respectivamente). |
CONCLUSÃO: |
O clone Manacapuru apresenta maior desempenho fotossintético em horários com temperaturas relativamente altas sob condições de sombreamento simulado por dossel de capoeira. |
Palavras-chave: Fotossíntese, Transpiração, Concentração interna de gás carbônico. |