64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 1. Anatomia Patológica e Patologia Clínica
AVALIAÇÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DA PROTEÍNA HER2 EM CARCINOMAS MAMÁRIOS: CONCORDÂNCIA ENTRE AMOSTRAS DE CORTES HISTOLÓGICOS INTEIROS E CILINDROS DE MICROARRANJOS DE TECIDO
Fernanda de Souza Foureaux 1
Cristiana Buzelin Nunes 2
Rafael Malagoli Rocha 3
Helenice Gobbi 4
1. Acadêmica de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
2. Profa. Mestre - Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal, Faculdade de Medicina da UFMG - FMUFMG
3. Hospital AC Camargo, SP
4. Profa. Dra. /Orientadora - Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal, Faculdade de Medicina da UFMG - FMUFMG
INTRODUÇÃO:
A proteína HER2, codificada pelo gene HER2, faz parte da família dos receptores de fatores de crescimento epidérmico, localizados na membrana celular. A amplificação do gene ou a superexpressão da proteína HER2, relatadas em 20-30% dos carcinomas mamários, são fatores preditivos à resposta terapêutica e mostram relação com agressividade biológica nestes carcinomas. A reação imuno-histoquímica (IHQ) é o teste de rotina mais utilizado para a detecção da superexpressão do HER2, devido ao menor custo, facilidade técnica e relevância biológica. A heterogeneidade tumoral na marcação imuno-histoquímica da expressão da proteína HER2 em carcinomas mamários pode levar a dificuldades na determinação correta do status do HER2 em amostras de tamanhos diferentes. A técnica de “Tissue Microarray” ou microarranjos de tecidos (TMA) permite a análise retrospectiva em larga escala da expressão protéica de tumores através da imuno-histoquímica, sendo possível conhecer a expressão de uma determinada proteína em grande quantidade de tumores diferentes em apenas uma lâmina histológica. Nosso objetivo é verificar a concordância entre a expressão imuno-histoquímica da proteína HER2 em cortes histológicos inteiros e em cilindros de microarranjos de tecidos de carcinomas mamários.
METODOLOGIA:
Foi construído um TMA contendo 78 cilindros de carcinomas mamários medindo 2,0mm de diâmetro, sendo 1 cilindro representativo de cada tumor. Cortes histológicos dos blocos inteiros destes tumores e do TMA foram submetidos à IHQ usando o anticorpo anti-HER2 CB11 (Novocastra). Os resultados das reações foram interpretados usando o escore do HercepTest (0, 1+, 2+ ou 3+) e o teste de Kappa foi empregado para verificar a concordância na interpretação dos resultados entre os dois tipos de amostra.
RESULTADOS:
A concordância entre os resultados da expressão da proteína HER2 nas amostras de cortes histológicos inteiros e no TMA foi considerada boa (K=0,73). A porcentagem de casos concordantes foi maior para os resultados positivos (3+) e negativos (0 e 1+) (89,2% e 93,9% respectivamente), e menor para os resultados inconclusivos (2+) (25%). A determinação do status do HER2 em carcinomas mamários tornou-se parte fundamental do manejo clínico das pacientes. O uso dos TMAs permite a análise de várias amostras sob as mesmas condições experimentais e ao mesmo tempo, além de promover uma redução significativa do volume dos reagentes utilizados para a avaliação IHQ.
CONCLUSÃO:
A concordância entre a expressão da proteína HER2 nas amostras de cortes histológicos inteiros e no TMA foi considerada boa. Assim, o TMA é uma boa alternativa a ser adotada em material de pesquisa em patologia, pois facilita a padronização do método e pode reduzir substancialmente o tempo gasto e os custos das reações.
Palavras-chave: Carcinoma mamário, HER2, Imuno-histoquímica.