64ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal |
DINÂMICA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA LECYTHIDACEAE, APÓS A EXPLORAÇÃO FLORESTAL, NO MUNICÍPIO DE MOJU-PA. |
Pamella Carolline Marques dos Reis 1 Ademir Roberto Ruschel 2 Leonardo Pequeno Reis 1 Márcio Hofmann Mota Soares 2 José Natalino Macedo Silva 1 |
1. Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA 2. Embrapa Amazônia Oriental/CPATU |
INTRODUÇÃO: |
Os estudos sobre monitoramento da dinâmica das florestas tropicais são fundamentais para orientar as decisões sobre seu manejo. A aplicação de técnicas de bom manejo florestal, que visam reduzir os impactos negativos da exploração da floresta, é uma forma viável de contribuir para a perpetuação das espécies da comunidade florestal, possibilitando a extração de recursos florestais de forma sustentável. Dentro desse contexto o estudo do crescimento e da regeneração natural são básicos para avaliar a recuperação das populações de espécies, alvo do manejo e para determinar ciclos de produção ou ciclos de corte. Este trabalho objetiva contribuir para o conhecimento do comportamento de espécies da família Lecythidaceae em uma floresta explorada situada no município de Moju, estado do Pará. |
METODOLOGIA: |
A área estudada localiza-se no campo experimental de Moju da Embrapa Amazônia Oriental (02º 9,39’ S; 48º 47,89’ W), no Município de Moju-PA, com área total de 1.050 ha. O clima da região é do tipo Ami, com precipitação anual de 2.400 mm, com temperatura média anual em torno de 26ºC, o relevo é plano, o solo predominante é o Latossolo Amarelo e a tipologia florestal é Floresta Ombrófila Densa de terra firme. Em 1995, 200 ha foram selecionados para exploração de madeiras. Nessa área foram alocadas aleatoriamente 22 parcelas permanentes com dimensões de 50x100m divididas em 50 sub-parcelas de 10x10m, onde todas as árvores com DAP≥10cm foram registradas e identificadas por seu nome comum. Coletou-se material botânico para identificação posterior no herbário IAN da Embrapa Amazônia Oriental. A exploração foi realizada em 1997, retirando-se em média 3,3 árvores há-1 de um total de 23 espécies exploradas com diâmetro mínimo de corte de 65cm.O volume extraído foi de 23 m3 há-1. As remedições nas parcelas permanentes ocorreram nos anos de 1998, 2004 e 2010. No trabalho foram avaliados os parâmetros densidade (árvores ha-1) e dominância (m2 ha-1). Os dados foram processados no software MFT(Monitoramento de florestas tropicais) da Embrapa Amazônia Oriental. |
RESULTADOS: |
Em 1995 existiam 108,6 árvores ha-1 da família Lecythidaceae, reduzidas em 1998, um ano após a exploração florestal, para 108,1 árvores ha-1, sendo em 2010 encontradas 109,2 árvores ha-1. Havendo uma rápida recuperação da densidade que ficou 0,5% acima da densidade inicial e da dominância que ficou 0,4% acima da inicial. Foram identificadas 12 espécies, três do gênero Couratari (C. guianensis, C. stellata e C. oblongifolia), seis espécies de Eschweilera (E. grandiflora, E. ovata, E. albiflora, E. coriaceae, E. nana e E. amazonica), e três de Lecythis (L. lurida, L. pisonis e L. idatimon). As espécies mais favorecidas pela exploração florestal, ou que foram pouco afetadas nos parâmetros densidade e dominância foram: E. grandiflora (22,5% e 1%), E. ovata (14,1% e 3,1%) e L. idatimon (6,5% e 0,5%). Em 2010 a espécie E. albiflora ingressou na comunidade. As espécies com decréscimo na densidade e dominância foram: E. amazonica (33,3% e 0,7), C. guianensis (19,8% e 16, 5%) e L. pisionis (18,1% e 4,5%). As três espécies de Couratari foram exploradas. Comparando 1995 com 2010 C. guianensis apresentou maior mortalidade devido a colheita de um indivíduo e danos em dois indivíduos remanescentes, C. oblongifolia apresentou-se estável e C. stellata mostrou um balanço positivo. |
CONCLUSÃO: |
A exploração não ocasionou um grande impacto negativo na densidade e dominância da família Lecythidaceae, onde após 13 anos da exploração apresentou um aumento nesses parâmetros em relação a população inicial, demostrando a reduzida pressão de exploração realizada sobre espécies da família. Das espécies do gênero Couratari que foram exploradas, somente C. guianensis apresentou uma redução na densidade devido à exploração. A redução da densidade das outras espécies foi devido principalmente à mortalidade natural. |
Palavras-chave: Dinâmica florestal, Lecythidaceae, Inventário contínuo. |