64ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
MODELAGEM CINÉTICA DA ADSORÇÃO DOS CORANTES TÊXTEIS VERMELHO DE REMAZOL E VIOLETA DE REMAZOL NA SERRAGEM DE TATAJUBA (Bagassa guianensis Aubl)
Monica Silva Monteiro 1
Cícero Wellington Brito Bezerra 2
José Alberto Pestana Chaves 3
Robson Fernandes de Farias 4
Sirlane Aparecida Abreu Santana 5
Hildo Antonio dos Santos Silva 5
1. Sec. MSc. / Programa de Pós-Graduação em Energia e Ambiente (PPGEA) – UFMA
2. Prof. Dr / Orientador - Departamento de Química – UFMA
3. Colégio Universitário (Colun) - UFMA
4. Departamento de Química – UFRN
5. Departamento de Química - UFMA
INTRODUÇÃO:
Mais de 10 mil tipos de corantes são empregados anualmente pelas indústrias, equivalentes a cerca de 700.000 ton/ano. No Brasil, este número equivale a 26,5 mil ton/ano. Devido à ineficiência do processo, algo em torno de 20%, boa parte deste material é descartada nos corpos hídricos, representando um problema ambiental e perda de renda para as indústrias. Nos corpos hídricos, a maioria dos corantes permanece estável, mas a atividade fotossintética do meio é alterada pela diminuição da penetração da radiação solar e, consequentemente, da quantidade do oxigênio disponível para o equilíbrio da biota. Além do mais, a presença destes compostos torna a água imprópria ao consumo humano devido a toxicidade natural dos corantes. Por outro lado, lignocelulósicos de um modo em geral (resíduos agrícolas e florestais) são descartados ou indevidamente aproveitados, representando um recurso em potencial a ser explorado. O objetivo deste trabalho é contribuir para que a serragem de madeira seja melhor aproveitada, visando verificar o seu aproveitamento como adsorvente de corantes têxteis. Assim, o estudo cinético e do tempo de contato são essenciais para que se possa verificar a viabilidade do processo.
METODOLOGIA:
Todos os reagentes empregados foram de grau analítico, a exceção dos corantes industriais (Dy Star), os quais foram cedidos pela Indústria de Toalhas São Carlos, São Carlos/SP. As soluções foram feitas empregando-se água milli-Q. As soluções estoque dos corantes foram preparadas em pH previamente estabelecidos. As adsorções foram conduzidas em batelada. Uma massa fixa do adsorvente foi adicionada a 10 mL da solução do adsorvato, em condições fixas de pH 2,0 (HCl/KCl, µ = 0,1), agitação e temperatura constantes (25,0 ± 0,1ºC). Diversas concentrações dos corantes foram empregadas nos estudos cinéticos. Entretanto, as melhores curvas foram obtidas nas seguintes condições: 80mg/g e 64,0mg/L para os sistemas SM:Vio e SM:Ver, respectivamente. Os tempos investigados foram na faixa de 5 a 1440min.
RESULTADOS:
Os valores experimentais observados para a área superficial, volume e diâmetro dos poros, foram: 3,5698 m2g-1, 0,004175 cm3g-13, 46,7853 (Å), respectivamente, classificando a serragem como material mesoporoso, e de pequena área específica. O tempo de contato necessário para que o equilíbrio fosse atingido foi de 8 h. Os dados experimentais foram submetidos aos modelos de pseudo-primeira (0,9258 < R2 < 0,9846) e segunda ordem (0,999658 < R2 = 1,0000), sendo que este último os modelou adequadamente, tanto em termos do coeficiente de determinação (R2), quanto pela quantidade máxima adsorvida. As constantes de velocidade de segunda ordem determinadas foram 2,42 x 10-1 para o Violeta e 5,20 x 10-2 (g.mg-1.min-12), ligeiramente superiores a outros lignocelulósicos empregados para a remoção de corantes têxteis, indicando a viabilidade da serragem como adsorvente.
CONCLUSÃO:
Os corantes Vermelho de Remazol e Violeta de Remazol seguiram um modelo cinético de segunda ordem. Contudo, a serragem de Tatajuba pode ser empregada como adsorvente para a remoção dos corantes investigados.
Palavras-chave: Serragem de Madeira, Corantes Têxteis, Cinética de Adsorção..