64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DE Tectona grandis L.f.
Cleiton Junior da Silva 1
Diego Poczwardowski Leonarczyk 1
Edison Rogerio Perrando 2
Ricardo Murilo Malheiros dos Santos 1
1. Universidade Federal de Santa Maria
2. Profº. Dr./ Orientador- Depto. de Engenharia Florestal - UFSM
INTRODUÇÃO:
Popularmente conhecida como Teca, a espécie florestal Tectona grandis L.f. foi introduzida no Brasil em meados de 1959 em decorrência do alto valor da madeira no mercado internacional, destacando-se pelo seu rápido crescimento volumétrico, qualidade da madeira e resistência ao ataque de pragas e doenças. O diásporo apresenta mesocarpo e endocarpo impermeáveis à água, com o interior lenhoso, dificultando o processo germinativo e, consequentemente, tornando a germinação da semente extremamente lenta e irregular.
O processo germinativo compreende uma sequência de eventos fisiológicos, influenciada por fatores internos e externos, sendo os internos relacionados a hormônios e substâncias inibidoras não hormonais, enquanto que os fatores externos de germinação correspondem a umidade, temperatura, luz e oxigênio (Aguiar, 1993).
Os atuais procedimentos de quebra de dormência dos diásporos da Tectona grandis L.f. se caracterizam pelo baixo rendimento operacional e menor praticidade (Rocha, 2008), encontrando-se, atualmente, grande dificuldade quanto à metodologia mais adequada para a superação da dormência em sementes de Teca.
Assim, o trabalho tem por objetivo avaliar diferentes métodos de superação de dormência de sementes de Tectona grandis L.f. em casa de vegetação.
METODOLOGIA:
O estudo foi conduzido em casa de vegetação no CESNORS/UFSM Campus de Frederico Westphalen – RS. Selecionou-se diásporos de melhor aspecto fitossanitário, e após, foram submetidos à aplicação dos tratamentos; T1 fruto in natura (testemunha); T2 e T3 imersão em água em T°C ambiente com repouso de 48 e 96 horas respectivamente; T4 e T5 imersão em água 80°C e repouso por 48 e 96 horas respectivamente; T6 e T7 estufa a 40°C por 14 e 24 horas respectivamente; T8 estufa a 60°C por 10 horas; T9 estufa a 60°C por 5 horas; T10 estufa a 80°C por 3 horas; T11 estufa a 80°C por 6 horas; T12 escarificação leve; T13 escarificação pesada; T14 ácido sulfúrico 100% - 18’; T15 Ácido sulfúrico 100% - 25’; sendo que os tratamentos de T6 a T15 após os métodos citados acima, foram mantidos 24 horas em água repousando.
Depois de submetidas aos tratamentos as sementes foram estabelecidas em tubetes plásticos, com capacidade de 180 cm³ de substrato (50% comercial e 50% orgânico). Cada tratamento contou com três repetições e 10 sementes por repetição, totalizando 15 tratamentos no estudo. Após a semeadura, os tubetes foram alocados em casa de vegetação, sob delineamento inteiramente casualizado.
RESULTADOS:
A maior média de germinação foi verificada no tratamento T11, com 53% de sementes germinadas, enquanto que a imersão do fruto em água (T2) resultou na segunda maior média, com 33,3%.
Os demais tratamentos avaliados não diferiram significativamente entre si, porém alguns são relativamente mais simples quanto ao procedimento para superação de dormência das sementes de Teca.
A testemunha T1 obteve média de germinação de 23,3%, enquanto que a média mais baixa foi constatada em T4 (10%), resultado este condizente com o que foi encontrado por Vieira et al (2008), ao relatarem que a temperatura da água elevada em 40°C repercutiu nas médias mais baixas de germinação.
Os tratamentos T14 e T15 resultaram, respectivamente, na germinação de 13,3% e 16,7% das sementes. O fato pode estar relacionado ao tempo de exposição do embrião com o ácido sulfúrico, pois Dias et al (2009) encontraram resultados positivos pra esse tipo de tratamento, porém a exposição do fruto ao ácido sulfúrico foi de 3 minutos.
A germinação alcançada com escarificação mecânica pesada foi semelhante à média observada em T7. Tendo em vista o revestimento lenhoso do endocarpo que protege os embriões, a abrasividade do tegumento pode facilitar a entrada e absorção de água e oxigênio, embora possa atingir o embrião da semente.
CONCLUSÃO:
A exposição de sementes de Teca em estufa a 80°C por 6 horas, seguido de repouso em água por 24 horas foi o método mais eficiente para superação da dormência com 53,3% de eficiência germinativa, destacando-se dos demais tratamentos.
Cabe ressaltar que este tratamento contou com estufa com temperatura controlada, o que pode não ser muito usual para quebra de dormência de sementes em grande escala. Assim, outras alternativas para este tratamento, como lona exposta ao sol, poderia ser também eficiente e uma forma de economia de energia.
Palavras-chave: Superação de dormência, Casa de vegetação, Tectona grandis L.f..