64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 4. Taxonomia
OCORRÊNCIA DE RUTELINAE (COLEOPTERA: MELOLONTHIDAE: RUTELINAE) NO ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
Thito Thomston Andrade da Silva 1
Juarez da Silva Pinto Junior 1
Alberico Alves dos Santos 1
Francisco Limeira de Oliveira 2
1. Laboratório de Estudo dos Invertebrados, Universidade Estadual do Maranhão/Centro de Estudos Superiores de Caxias - CESC/UEMA.
2. Prof. Dr. /Orientador - Laboratório de Estudo dos Invertebrados, CESC/UEMA.
INTRODUÇÃO:
Os besouros pertencentes à família Melolonthidae são consumidores primários e/ou decompositores, possuem, assim, grande importância para o meio ambiente onde se desenvolvem, pois alimentam-se de matéria vegetal em decomposição, proporcionando a reciclagem de nutrientes. Muitas espécies de Melolonthidae são conhecidas por causar graves danos à agricultura, dentre essas espécies destacam-se as pertencentes à subfamília Rutelinae que se alimentam preferencialmente de flores, frutos, caules e raízes de plantas vivas, principalmente durante a fase larval; entretanto, os adultos de algumas espécies de rutelineos fitófagos são polinizadores. A subfamília Rutelinae é composta por cerca de 200 géneros e 4.100 espécies distribuídas mundialmente. No Brasil esta subfamília é pouco estudada, com cerca de 180 espécies distribuídas em 13 gêneros. Devido a escassez de informações sobre os Rutelinae do estado do Maranhão, o presente trabalho teve como objetivo determinar as espécies de rutelineos depositados na Coleção Zoológica do Maranhão.
METODOLOGIA:
O presente estudo foi baseado em material constante do acervo da Coleção Zoológica do Maranhão – CZMA/UEMA, coletados no período de 1999 a 2011. Todas as espécies coletadas estão incorporadas ao acervo da CZMA, do Centro de Estudos Superiores de Caxias da Universidade Estadual do Maranhão (CESC/ UEMA) e na Coleção Zoológica da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, em Cuiabá. Os espécimes depositados na CZMA preservados em mantas entomológicas (CD-BOX) foram triados e logo após colocados em câmara úmida para hidratar e facilitar a montagem dos espécimes em alfinetes entomológicos (via direta ou indireta). Os espécimes preservados em via úmida (álcool a 70%) foram retirados dos respectivos recipientes e colocados sobre papel toalha, retirando-se o excesso de umidade para posterior montagem. Após a montagem, os espécimes foram etiquetados com as informações pertinentes aos mesmos (local, método de coleta, data e nome do coletor) para posterior identificação. A identificação em nível específico, foi realizada com base em literatura especializada para o grupo e por confirmação posterior do Dr. Fernando Z. Vaz-de- Mello da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.
RESULTADOS:
Foram analisados 265 espécimes de Rutelinae distribuídas em três tribos, nove gêneros e 13 espécies. Dentre as tribos analisadas Rutelini apresentou a maior frequência e diversidade, com 256 espécimes entre os táxons Anticheira capucina (Fabricius, 1787) (1), Calomacraspis nigripennis (Bates 1888) (1), Lagochile bifunctata (Olivier, 1790) (1), Macraspis sp (1), Macraspis festiva (Burmeister, 1899) (15), Pelidnota sp. (229), Pelidnota sumptuosa (Vigors 1825) (4), Pseudomacraspis sp. (1) e Telaugis sp. (3); a tribo Geniatini com duas espécies e seis espécimes: Trizogeniates sp. (2) e Leucothyreus sp. (4), enquanto a tribo Anomalini, também com duas espécies : Paranomala sp. (1) e Paranomala aff. testaceipennis (Schaffer, 1907) (2). foi a menos representativa.
CONCLUSÃO:
De acordo com dados de etiquetas do material analisado, os espécimes foram coligidos em todas as mesorregiões maranhenses, exceto a mesorregião Centro Maranhense. Pela escassez de estudos sobre os rutelíneos brasileiros, é muito provável que pelo menos 40% dos táxons indeterminados sejam espécies novas, além de constituir o primeiro registro do grupo para o estado do Maranhão.
Palavras-chave: Coleoptera, Rutelinae, Maranhão.