64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Neirigelson Ferreira de Barros Leite 1
Joselma Ferreira Lavôr de Lima 2
1. Acadêmico do Curso de Licenciatura em Matemática – IFPI - Piripiri
2. Profa. Esp./Orientadora – IFPI - Piripiri
INTRODUÇÃO:
A mobilização dos educadores de todos os níveis de ensino para rediscutir a formação de profissionais da Educação tem sido fomentada pela atuação do Ministério da Educação especialmente a partir da LDB nº 9.394/96 que explicita o princípio de que a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social.
Assim, os acadêmicos da Licenciatura em Matemática do IFPI, Campus Piripiri, perceberam a necessidade de desenvolver uma pesquisa quali-quantitativa, para verificar a realidade local sobre os processos ensino e aprendizagem da Matemática na Educação Básica, que por sua vez, tendem a perpetuar pela complexidade, múltiplos significados que produzem desafios aos docentes e discentes. Na tentativa de compreender esses aspectos, levantou-se o questionamento: Quais as “verdades e mitos” do processo ensino-aprendizagem da matemática nas escolas de Educação Básica em Piripiri?
A pesquisa da temática é de grande expressividade para a compreensão da realidade sobre a Educação Matemática, então, espera-se, contribuir ao processo crítico-reflexivo dos docentes em formação, bem como, possibilitar aos acadêmicos a aproximação teórico/prática para que atuem como agentes transformadores da realidade.
METODOLOGIA:
Considerando que relevante percentual de professores que atuam na Matemática não possui formação na área, torna-se imprescindível propor métodos que permitam verificar como são desenvolvidos os processos ensino aprendizagem da Matemática na Educação Básica em Piripiri.
Assim, a pesquisa se caracteriza como quantitativa e qualitativa, cujo levantamento de dados foi realizado em quatro escolas públicas e uma privada em Piripiri-PI. Para a coleta de informações utilizou-se questionários compostos de quinze quesitos e entrevistas semiestruturadas constando dez perguntas direcionadas aos estudantes, professores, diretores e coordenadores, totalizando um universo de trezentas pessoas. A análise e discussão dos dados foram organizadas em gráficos para melhor visualização e interpretação.
RESULTADOS:
Verificou-se que não é “mito”: A Matemática continua liderando no “ranking” das disciplinas que mais levam à recuperação e à reprovação. Segundo os estudantes, as maiores dificuldades estão nas noções básicas, desfavorecidas pela metodologia tradicional dos professores, pela abordagem rápida, desconsiderando as especificidades da turma. Os educadores atribuem o baixo desempenho dos discentes à ausência do cronograma de estudos. O ensino matemático costuma provocar sensações contraditórias - a constatação que é um conhecimento importante e a insatisfação diante dos resultados de aprendizagem indesejáveis. Contudo, compete aos educadores ampliar o campo das relações que despertam a curiosidade e instigam às competências matemáticas, favorecendo a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico.
É preocupante que oitenta e um por cento dos entrevistados ministram a mais de dez anos, sem a formação na área, trabalhando até três turnos, consequentemente a sequência pedagógica predominante é a exposição do conteúdo, exercício e a prova, ritualisticamente desmotivadora, distanciando teoria e prática, prejudicando a relação professor e aluno. Esperam aulas dinâmicas que viabilizem sua aplicabilidade no cotidiano.
CONCLUSÃO:
Percebe-se a necessidade de reconhecermos que trata-se de uma realidade bastante complexa: os coordenadores atribuem as dificuldades dos alunos a ausência de estudos diários, enquanto os alunos associam à metodologia do professor, que por sua vez, relacionam ao pouco tempo para planejamento, a formação acadêmica e ao desinteresse dos estudantes.
É verdade que um número considerável manifesta desinteresse pela disciplina, contudo, analisemos que docente e discente precisam interagir em busca de suprir as reais necessidades que emergem continuamente na prática educacional. Segundo os estudantes, essa interação pode ocorrer por meio da promoção de estímulos externos associados ao lúdico e as atividades criativas.
Mediante as evoluções e tensões pós-modernas o ensino se tornou um trabalho especializado e desafiador, uma atividade rigorosa, por isso, é importante recuperar o sujeito que aprende, o que implica a compreensão de que a aprendizagem, em seus diferentes níveis, deve procurar a atividade criativa do aluno, ou seja, possibilitá-lo tornar-se sujeito do processo, o que envolve o professor como facilitador/mediador e não como mero “transmissor” do conhecimento.
Palavras-chave: Ensino, Aprendizagem, Matemática.