64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia |
EPIDEMIOLOGIA DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES CRÔNICAS NO BRASIL |
Ana Larissa Araujo Nogueira 1 Marina Apolônio de Barros 2 Josélia de Jesus Garcia Pinheiro 3 Rayanne Luiza Tajra Mualem Araujo 4 Santana de Maria Alves de Sousa 5 Ana Hélia de Lima Sardinha 6 |
1. Mestranda em Enfermagem – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 2. Mestranda em Enfermagem – UFMA 3. Mestranda em Enfermagem – UFMA 4. Mestranda em Ciências da Saúde –UFMA 5. Profa. Dra. – Departamento de Enfermagem – UFMA 6. Profa. Dra. – Departamento de Enfermagem – UFMA |
INTRODUÇÃO: |
As condições crônicas correspondem a problemas de saúde que persistem e necessitam de um certo nível de cuidados permanentes. A ocorrência desse grupo de doenças tem aumentado em ritmo alarmante, principalmente considerando-se a atual mudança demográfica, na qual o aumento da expectativa de vida acarreta maior exposição aos fatores de risco das condições crônicas. Na atualidade, as condições crônicas que assumem especial importância são Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes mellitus (DM) e Neoplasias. Essa importância se justifica pelo seu registro como maiores causas de óbitos e internações registradas. Assim, este trabalho tem como objetivo descrever a morbidade hospitalar das condições crônicas não transmissíveis ao longo do ciclo vital entre os anos 2005-2009. A justificativa do estudo diz respeito à necessidade de exposição dos dados de morbidade das condições crônicas mais prevalentes como forma de incentivo aos enfermeiros e aos demais profissionais de saúde para a realização de cuidados mais eficazes na atenção primária. A relevância do estudo reside no desafio que as condições crônicas constituem para todos os sistemas de saúde do mundo, além de causarem impactos e sérias consequências sociais. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo ecológico, que pode ser mais bem compreendido como o estudo epidemiológico que utiliza agregados populacionais como unidade de análise. A base de informações foi composta por dados secundários provenientes da publicação Indicadores e Dados Básicos para a saúde 2010, editado pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA, publicado em dezembro de 2011. As seguintes variáveis foram coletadas: faixa etária e número de internações por HAS, DM e neoplasias. |
RESULTADOS: |
A partir dos dados obtidos percebeu-se o crescimento gradual da população adulta e idosa e uma redução da população jovem. Do número total de internações registrado entres os anos 2005-2009, 37,4% foram por DM, 17,8% por HAS e 45,8% por neoplasias. Ao considerarmos a faixa etária, observou-se que 6,5% estavam entre 19 anos ou menos, 10,7% entre 20-39 anos, 35,2% entre 40-59 anos e 47,6% com 60 anos ou mais. Analisando os dados detalhadamente por condição crônica, verificou-se que a taxa média de crescimento geométrico de internações por DM entre 2005-2009 foi de 0,6%. O número de internações por DM aumentou com a idade, sendo a faixa mais prevalente a dos idosos (59,3%). Quanto a HAS, comparando os valores observados nos anos de 2005-2009, a relação de ambos mostra que o número de internações caiu 15,6%. Todas as faixas etárias apresentaram um crescimento negativo durante esses anos, exceto a faixa dos jovens que variou positivamente. O número de internações por neoplasias malignas acompanhou a realidade das internações por HAS. Observando que nesses anos houve uma queda de 4,0% no número de internações por essa condição. Apenas a faixa etária dos idosos cresceu positivamente durante esses anos. |
CONCLUSÃO: |
No presente estudo observou-se que o Brasil vem experimentando, nos últimos anos, modificações na estrutura etária da sua população. Além disso, verificou-se que os idosos constituem a população mais acometida pelas doenças crônicas. A incidência de doenças como hipertensão arterial, diabetes, neoplasias malignas elevou-se com a idade. Esse aumento pode estar relacionado à interação entre fatores genéticos predisponentes, alterações fisiológicas do envelhecimento e fatores de risco modificáveis como tabagismo, obesidade e sedentarismo. Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a saúde do idoso com enfoque nas condições crônicas passa a ter uma importância cada vez maior. É necessário planejamento tanto para o atendimento dos idosos com essas condições como, principalmente, para a prevenção, pois, quando as condições crônicas são mal gerenciadas, os encargos de saúde tornam-se excessivos, tanto para o governo, quanto para os familiares e para a sociedade em geral. |
Palavras-chave: Internação, Morbidade, Doenças crônicas. |