64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
ACOMPANHAMENTO DO POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR EM QUATRO ESPÉCIES LENHOSAS CULTIVADAS SOB ESTRESSE HÍDRICO EM CASA DE VEGETAÇÃO
Stela Maris Caetano de Oliveira Gomes 1
Hugo Henrique Costa do Nascimento 2
Marcelle Almeida da Silva 2
Natália Vaz da Silva 2
Fernanda Alves da Silva 3
Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira 4
1. Bióloga - UFRPE
2. Depto. de Ciência Florestal – UFRPE
3. Depto. de Agronomia – UFRPE
4. Depto. de Biologia – UFRPE; Bolsista de produtividade – CNPq
INTRODUÇÃO:
Os vegetais quando submetidos ao déficit hídrico desenvolvem mecanismos de adaptação a seca. Dentre os mecanismos de adaptação à seca podem ser: escape e tolerância, a planta escapa de longos períodos de estiagem, completa o ciclo de vida antes que o déficit hídrico torne-se severo, enquanto a tolerância elas aumenta o sistema radicular em busca de água, diminui a área foliar, reduz as taxas transpiração mantém o metabolismo mesmo com a redução do potencial hídrico. Apesar do crescente interesse em pesquisas envolvendo espécies florestais nativas e exóticas existentes no Brasil, trabalhos envolvendo o comportamento dessas espécies ante as intempéries ambientais e seus efeitos na fisiologia das mesmas ainda são escassos. Nesses termos, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial hídrico foliar em mudas de Azadirachta indica (Nim), Erythrina vellutina (Mulungu), Mimosa caesalpiniafolia (Sabiá) e Parapiptadenia rígida (Angico Monjolo), submetidas a déficit hídrico em casa de vegetação.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Fisiologia Vegetal da UFRPE, no período de março a julho de 2010. Na condução do mesmo foi adotado um arranjo fatorial, com quatro espécies florestais (Nim indiano - Azadirachta indica, Mulungu - Erythrina vellutina, e Angico monjolo - Parapiptadenia rígida) e três ciclos de rega (Controle, rega a cada 7 dias – estresse moderado e rega a cada 14 dias – estresse severo) com cinco repetições. As sementes, quando necessário foram submetida superação de dormência em função da característica de cada espécie. Após os tratamentos pré-germinativos, as sementes foram semeadas em bandejas com areia lavada. Quinze dias após a emergência, as plântulas foram transplantadas para vasos de contendo 2 Kg de solo. As plantas foram aclimatadas por 30 dias quando ocorreu a diferenciação dos tratamentos hídricos. O potencial hídrico foliar (ψf) foi determinado mediante uso de uma câmara de pressão de Sholander 35 dias após a diferenciação em dois horários de avaliação: antemanhã (4 h, am) e meio-dia (12 h, md). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey (P<0,05) utilizando o software ASSISTAT 7.6.
RESULTADOS:
De maneira geral, observou-se que após a indução do estresse, o mulungu apresentou o seu ψf mais elevado (P<0,05) que as demais espécies. Em relação aos tratamentos para a referida espécie, constatou-se que independentemente do nível de estresse adotado, o ψf mostrou-se praticamente inalterado (P<0,05). Já para as outras espécies, o estresse hídrico provocou reduções na ordem de 275% para o Angico monjolo, 246% para o Sabiá e 336% para o Nim em relação ao mulungu no ES no ψf am quando comparado ao Mulungu. No ψf md, em função da maior demanda evaporativa imposta pelo ambiente, essas reduções foram ainda maiores com valores na ordem de 395% para o Angico monjolo, 303% para o Sabiá e 443% para o Nim. Para os tratamentos hídricos, não foram observadas diferenças estatísticas entre o tratamento EM e ES para o Angico monjolo, o Sabiá e o Nim nos dois horários de avaliação. No entanto, quando comparados ao tratamento controle o estresse reduziu em 60% e 81% para o Angico monjolo, 60% e 64% para o Nim e 490% e 617% para o Sabiá no ψf am, respectivamente. Já para o ψf md essas reduções atingiram valores de 76% e 110% para o Angico Monjolo, 80% e 112% para o NIM e 132% e 208% para o Sabiá.
CONCLUSÃO:
De posse dos resultados conclui-se que o Nim apresentou os valores mais negativos de ψf, seguido pelo Angico monjolo e Sabiá. No entanto, o Sabiá mostrou-se como a espécie mais sensível, haja vista que após a submissão à deficiência hídrica às reduções apresentadas pelas plantas dos tratamentos EM e ES foram superiores as reduções encontradas nas demais espécies.
Palavras-chave: Relações hídricas foliares, Deficiência hídrica, Espécies florestais.