64ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 1. Comunicação Digital |
REDES SOCIAIS E TERCEIRO SETOR, UM ELO PODEROSO NA ERA DIGITAL |
Luiz Felipe Pereira Chaguri 1 Fred Izumi Utsunomiya 2 |
1. UPM - Centro de Comunicação e Letras (IC) 2. Profª. Mestre - UPM - Centro de Comunicação e Letras (Orientador) |
INTRODUÇÃO: |
O trabalho apresenta um estudo de caso de uso das redes sociais na internet como uma estratégia para uma Organização Não-Governamental do Terceiro Setor – no caso o Greenpeace-Brasil – divulgar seus objetivos e ações. O Terceiro Setor é composto por instituições e organizações orientadas para causas sociais e não por propósitos financeiros, como são as empresas com fins lucrativos. A sociedade hoje é divida em setores: o Primeiro Setor é formado pelo Estado e por instituições governamentais, o Segundo Setor possui empresas que visam o lucro e o Terceiro Setor é representado pelas ONGs que são responsáveis por orientar pessoas e organizações para ações visando o bem social, disponibilizando oportunidades e desafios. Essas organizações vêm aparecendo com destaque no cenário das redes sociais como Twitter e Facebook, divulgando suas ações e organizando as empresas de uma forma mais responsável e sustentável. Este trabalho tem como foco o uso das redes sociais como instrumentos e ferramenta para o desenvolvimento de ações de organizações do Terceiro Setor. O problema de pesquisa deste trabalho é responder à seguinte questão: como as ONGs têm usado a dinâmica das redes sociais da internet estrategicamente em seus objetivos? |
METODOLOGIA: |
Inicialmente foi feita uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos e sites sobre os seguintes temas: Terceiro Setor e Capital Social; Redes Sociais na Internet; Publicidade na internet e Ciberativismo. Posteriormente realizou-se uma pesquisa de campo junto a uma ONG, através de pesquisa de dados históricos relacionados a ela e uma entrevista de profundidade com um dos executivos responsáveis pela organização. A ONG escolhida para este trabalho foi o Greenpeace, uma organização internacional de defesa do meio ambiente, presente em 42 países e que defende causas globais. A escolha foi feita devido a sua identificação com o público-alvo da pesquisa, que é jovem. Além disto, a organização possui escritório no Brasil, facilitando o contato. O método de trabalho do Greenpeace é o engajamento consciente e o confronto não-violento, usando das redes sociais para divulgar as suas ações. O entrevistado foi Eduardo Santaela, webmaster da organização no Brasil. A entrevista foi realizada através de um gravador digital, no dia 18 de abril de 2011, pessoalmente, com perguntas preestabelecidas, no escritório do Greenpeace, em São Paulo. O conteúdo total desta entrevista foi transcrita antes de ser anexada ao trabalho. |
RESULTADOS: |
A Internet hoje é uma importante aliada para as redes sociais pois ela abre espaço para que existam conexões entre as organizações, dando suporte a uma maior excelência na informação e na comunicação. Portanto, a “rede social” pode ser definida como um conjunto de dois elementos em que as conexões se unem aos atores (instituições e pessoas). Com a informação sendo trabalhada como matéria-prima, o Terceiro Setor aproveita essencialmente essa sociedade que vive intensamente em rede, para divulgar seus serviços e aumentar seu fluxo de informações. A relação entre redes sociais e organizações do Terceiro Setor é, portanto, uma relação altamente estratégica. O Greenpeace utiliza-se das redes sociais para mobilização e desenvolvimento de uma cultura ciberativista, que vai além da participação momentânea, procurando a conscientização e o engajamento pró-ativo nas causas propostas pela organização. As quatro palavras (independência, não-violência, engajamento e confronto-pacífico) são chaves para o Greenpeace e realmente dão o tom e caráter da instituição. Na entrevista, o webmaster do Greenpeace Eduardo Santaela esmiuçou as características da ONG que servem de exemplo para outras que pretendem se especializar na área não só de redes sociais mas também de mídias digitais. |
CONCLUSÃO: |
Foi possível constatar que as redes sociais mediadas pelo computador podem ser efetivamente utilizadas pelas ONGs, uma vez que, por sua natureza e constituição, essas organizações – em geral – já tinham habilidade para lidar com redes sociais antes do surgimento de sua versão digital. A Internet é portanto, um importante recurso para a criação e desenvolvimento das redes sociais, representando um espaço de conexão entre as organizações, simpatizantes e ativistas, otimizando a comunicação entre a instituição e seus stakeholders e ajudando na divulgação de informações através de uma rede de contatos estabelecidos pelo ciberespaço. O caso do Greenpeace ilustra grandemente essa afirmação. Uma das inovações da ONG sem dúvida é o Ciberativismo. Com ele, pessoas podem contribuir com as causas da organização sem sair de casa e ainda podem mobilizar mais pessoas a participarem das iniciativas da ONG. Blogs, websites, educação à distância, “chats” são alguns outros meios de comunicação intermediadas pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s) da era digital que também podem ser utilizadas pelas ONGs. Foi possível perceber através desta pesquisa um grande universo que ainda está por vir na área de redes sociais pois as redes se adaptaram mais aos usuários e vice-versa. |
Palavras-chave: redes sociais, Terceiro Setor, Internet. |