64ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências |
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O ENVELHECIMENTO HUMANO NA PERSPECTIVA DE ALUNOS DO 4º DO ENSINO FUNDAMENTAL |
Andresa Karolina da Silva Porto 1 Aline Alves de Almeida 2 Lucas Fernando Lasara 3 Maria Helena da Silva Carneiro 4 |
1. Faculdade de Educação – Universidade de Brasília - UnB 2. Faculdade de Educação – Universidade de Brasília - UnB 3. Faculdade de Educação – Universidade de Brasília - UnB 4. Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Métodos e Técnicas – Fac. de Educação – UnB |
INTRODUÇÃO: |
O envelhecimento é um tema de grande relevância, uma vez que é um processo inerente a todos os seres vivos. Entender como este processo é compreendido e representado pelas crianças auxilia a enxergar a forma como a sociedade se posiciona diante desta fase da vida, ou seja, suas crenças e atitudes com relação ao objeto social investigado, no caso, o envelhecimento humano. As crianças, desde a primeira infância, acabam adquirindo e assimilando os conhecimentos e informações de seu grupo social, pois estão em constante interação com outras crianças, adultos e objetos simbolizados que caracterizam o meio no qual estão inseridas. Portanto, as representações construídas pelas crianças são importantes, pois permitem a análise do ambiente em que vivem, através de suas sensações e experiências, dando-lhes um significado. As RS (Representações Sociais) são uma forma de conhecimento pelo qual o indivíduo se comunica e interage com o mundo, abrindo um leque na educação de amplas possibilidades para entender como certas práticas escolares são norteadas através do conhecimento trazido à escola pelos alunos, conhecimento este que a escola não pode desprezar. Deste modo, o presente estudo procurou responder à seguinte questão: Como as crianças representam o envelhecimento? |
METODOLOGIA: |
Considerando que o objetivo da pesquisa era identificar o conhecimento construído pela criança para explicar o processo de envelhecimento humano, foi necessário criar uma situação pedagógica em que a criança pudesse apresentar suas ideias a respeito do tema. Para explicitar esses conhecimentos/representações foi realizada uma entrevista semi-estruturada com cada participante. Optamos por esse tipo de entrevista, pois possibilita uma maior proximidade com os entrevistados e a qualquer momento o participante pode retomar a sua ideia inicial e complementá-la. Além disso, o entrevistador tem liberdade de solicitar os esclarecimentos necessários quanto ao significado atribuído a cada uma das palavras. Participou desse estudo um grupo de 34 crianças entre 7 a 9 anos de idade da 3º série (4º Ano) do Ensino Fundamental de escolas públicas do Distrito Federal. Lembramos que as entrevistas foram gravadas e transcritas literalmente para posterior análise. Cada participante envolvido no projeto recebeu um código para preservar a sua identidade. O conteúdo das entrevistas foi analisado a partir de várias leituras do texto com o objetivo de estabelecer diferenças e semelhanças entre elas. |
RESULTADOS: |
Considerando a extensão do estudo, apresentamos os resultados relativos a análise de três dimensões do envelhecimento: Características de uma pessoa idosa, as razões do envelhecimento e o ciclo vital. Quanto ao primeiro aspecto, parece ser consenso entre as crianças entrevistadas que os cabelos brancos e as rugas são atributos de uma pessoa idosa, o que reflete o estereótipo veiculado pela mídia e pelas histórias infantis. Nesse caso, podemos inferir que para as crianças são os aspectos físicos que delimitam as fronteiras entre um indivíduo jovem e um indivíduo idoso. Ao serem questionadas sobre o processo de envelhecimento, observamos que as crianças relacionam esse com a passagem do tempo e que a maioria delas respondia a essa pergunta tomando como referencia os parentes mais velhos, particularmente os avôs e avós. Ao serem questionados sobre o ciclo vital, os alunos entrevistados destacaram apenas algumas de suas fases, sem citar a reprodução e a morte. Vale ressaltar que essa última questão parece ter sido a que mais gerou dúvidas nas crianças, o que nos leva a inferir que para as mesmas o ciclo vital está mais relacionado com outros seres vivos do que com seres humanos. |
CONCLUSÃO: |
A análise dos dados nos leva a concluir que as crianças entrevistadas destacam alguns aspectos físicos como cabelos brancos e rugas como marcas do envelhecimento, o que demonstra que as suas representações sofrem influência da cultura na qual elas estão inseridas, pois para a sociedade em geral são essas marcas biológicas que definem a fronteira entre a juventude e a velhice. As crianças reconhecem que estão em plena fase de crescimento e desenvolvimento, mas não a relacionam com o processo de envelhecimento. Embora as crianças tenham estudado o ciclo vital dos seres vivos desde a educação infantil, elas não conseguem relacionar todas as suas fases aos seres humanos. Esse estudo, embora limitado, evidencia ainda a importância que se deve atribuir às representações construídas pelas crianças durante o processo de ensino e aprendizagem do conhecimento científico e tecnológico. |
Palavras-chave: Representações, Envelhecimento humano, Crianças. |