64ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais |
TOXICIDADE AGUDA DO EXTRATO METANÓLICO DA CASCA DO CAULE DE Calophyllum brasiliense CAMBESS. EM CAMUNDONGOS |
Giullyanno de Oliveira Felisberto 1 Carlos Roberto Porto Dechandt 1 Izabeau Pontes-Borges 1 Cláudia Marlise Balbinotti Andrade 2 Nair Honda Kawashita 2 Amanda Martins Baviera 3 |
1. Depto.de Química, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT 2. Profa. Dra. - Depto.de Química Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT 3. Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Química – UFMT |
INTRODUÇÃO: |
A procura de plantas com a finalidade de cura de enfermidades ou alívio de seus sintomas vem desde os primórdios da humanidade. Esta procura levou à descoberta de espécies vegetais com ação medicinal e/ou tóxica, tendo assim um conhecimento empírico de suas ações farmacológicas. Neste sentido, cascas de caule de Calophyllum brasiliense Cambess, conhecida como “Guanandi” ou “Jacareúba”, têm sido popularmente utilizadas para o tratamento dos sintomas do diabetes, no entanto são necessários estudos que comprovem esta atividade farmacológica da planta. Antes da investigação do seu potencial antidiabético (agudo e subcrônico), é de extrema importância a realização de testes prévios de toxicidade in vivo. Assim, foi realizado o teste hipocrático para a investigação de possível toxicidade aguda de extrato metanólico da casca do caule de Calophyllum brasiliense Cambess. |
METODOLOGIA: |
Foram utilizados camundongos machos pesando entre 25 a 35 gramas. Os animais foram pesados e separados, a partir da média de seus pesos, em grupos de três camundongos que receberam, através de gavage orogástrica, as seguintes doses de extrato metanólico da casca do caule de Calophyllum brasiliense (CbMeOH): 100, 250, 500, 750, 1000, 2500, 5000 mg/kg; também foi conduzido um grupo de animais controles, que receberam veículo (água) pela mesma via. Após a administração das doses de CbMeOH ou veículo, os animais foram observados individualmente nos tempos 0, 5, 10, 15, 15, 30 minutos; 1, 2, 4 e 8 horas e durante 15 dias (uma vez por dia), sendo tais animais mantidos em ambiente com períodos de claro/escuro de 12 horas e com acesso à água e ração comercial ad libitum. As observações comportamentais gerais foram anotadas em uma tabela adaptada dos trabalhos de Malone (1977). |
RESULTADOS: |
As alterações comportamentais apresentadas pelos animais após a administração de CbMeOH foram as seguintes: - aumento da frequência respiratória, nos primeiros minutos, em animais tratados com doses de 1000 a 5000 mg/kg; - convulsão clônica, nos primeiros dias de observação, em animais tratados com doses 750 e 5000 mg/kg; - tremores finos durante os primeiros minutos em animais tratados com doses de 1000 a 5000 mg/kg e no decorrer dos dias em animais tratados com 5000 mg/kg; - perda do reflexo em um animal tratado com a dose 750 mg/kg a partir do sétimo dia e em outro animal tratado com 2500 mg/kg a partir do terceiro dia; - ataxia nos animais tratados com a dose 5000 mg/kg apenas no terceiro dia de observação; - agressividade em animais tratados nas doses de 1000 e 2500 mg/kg nos últimos dias de observação e nos animais trados com a dose 5000 mg/kg desde o primeiro dia até o final do experimento. Ocorrências de óbito foram observadas nas seguintes condições: um animal tratado com 5000 mg/kg de CbMeOH (5º dia); um animal tratado com 2500 mg/kg de CbMeOH (12º dia); um animal tratado com 750 mg/kg de CbMeOH (14º dia). Após o sacrifício, a necrópsia revelou a presença de nódulos nos rins e ausência de tecidos adiposos brancos nos animais tratados com doses superiores a 500 mg/kg de CbMeOH. |
CONCLUSÃO: |
Através da observação de mudanças comportamentais e alterações teciduais em camundongos, bem como com a ocorrência de óbitos em alguns animais, o presente trabalho mostrou que o extrato metanólico da casca do caule de Calophyllum brasiliense apresenta toxicidade in vivo, especialmente em doses superiores a 500 mg/kg. Estudos adicionais e em longo prazo são necessários para uma melhor elucidação da toxicidade do extrato. |
Palavras-chave: Teste hipocrático, Toxicidade aguda in vivo, Calophyllum brasiliense Cambess.. |