64ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
ZONEAMENTO MUNICIPAL DE ÁREAS SUSCEPTÍVEIS A MOVIMENTOS DE MASSA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAIBUNA – MG-RJ
Rosana Lino de Faria 1
Deborah Cristina Gomes de Oliveira 1
Ricardo Tavares Zaidan 2
1. Depto. de Geociências, Curso de Geografia – UFJF
2. Prof. Dr. / Orientador - Depto. de Geociências – UFJF
INTRODUÇÃO:
Os desastres naturais são responsáveis atualmente por grandes problemas socioeconômicos no mundo. Atualmente, os movimentos de massa e escorregamentos são considerados os fenômenos naturais que mais causam prejuízos e mortes em todo o mundo. A previsão desses fenômenos é um dos desafios impostos aos pesquisadores, planejadores e administradores públicos a fim de minimizar os danos causados em regiões habitadas. Nesse sentido, diversas metodologias vêm sendo desenvolvidas visando a previsão de movimentos de massa, dentre muitas, destaca-se as metodologias baseadas em modelos matemáticos em bases físicas. Nesse estudo adotou-se o método da modelagem matemática através do modelo SHALSTAB nos municípios da Bacia do Rio Paraibuna, localizados nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, por apresentarem diversas áreas com registros de movimentos de massa. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi criar um Zoneamento de Áreas Susceptíveis a Ocorrência de Movimentos de Massa nos municípios da Bacia do Rio Paraibuna – MG/RJ. Especificamente buscou-se classificar a susceptibilidade a ocorrência de escorregamentos em todos os municípios da bacia na escala de 1:250000.
METODOLOGIA:
O presente estudo foi realizado nos municípios localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Paraibuna MG-RJ em uma escala de trabalho de 1:250000. Para este estudo foram necessários os dados de elevação da bacia, os cálculos de área de contribuição, declividade e o cálculo da susceptibilidade a escorregamentos. Para a obtenção dos dados de elevação foram utilizadas quatro imagens SRTM (SF-23-X-C, SF-23-X-D, SF-23-Z-A e SF-23-Z-B). O processamento destas imagens foi realizado através do software ERDAS IMAGINE. Para o cálculo da área de contribuição e declividade, foi utilizado o modelo SHALSTAB em ambiente ArcView 3.3. Para a obtenção do cálculo da susceptibilidade a escorregamentos foi calculada a proporção q/T (precipitação/transmissividade), para toda a paisagem utilizando o modelo SHALSTAB. Os parâmetros geotécnicos adotados foram densidade do solo (1700 kg/m3 – densidade aproximada da maior parte do solo da bacia) e ângulo de fricção do solo de 45° (valor sugerido pelo software). Para este cálculo não foi considerado o fator coesão do solo. Neste estudo foi destacada a classe Incondicionalmente Instável e Saturado - Altíssima Instabilidade por entendermos que nestas áreas há maior probabilidade de ocorrência de escorregamentos.
RESULTADOS:
Os resultados apresentados são referentes ao Zoneamento de Áreas Susceptíveis a Ocorrência de Movimentos de Massa na Bacia do Paraibuna MG/RJ. A Bacia do Rio Paraibuna possui uma área de 8593 Km2 e engloba 37 municípios localizados nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Desse total, 18 municípios apresentaram a classe Altíssima Susceptibilidade a Ocorrência de Escorregamentos, totalizando uma área de 2.731.385 m2. O município que apresentou a maior área classificada como Altíssima Instabilidade foi Santa Rita de Jacutinga, 470,090 m2, seguido da cidade de Bias Fortes, 461,985 m2 e Levy Gasparian, 421,460 m2. Para os municípios da Bacia do Paraibuna que apresentaram as classes de alta e altíssima instabilidade foram utilizadas imagens do Google Earth a fim de analisar as características do local de instabilidade e de seu entorno.
CONCLUSÃO:
O uso de Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s) e modelos matemáticos desenvolvidos em bases físicas se mostrou uma ferramenta eficaz para a previsão de áreas susceptíveis a movimentos de massa, uma vez que indicou porções do relevo com características de áreas instáveis. A escolha da escala cartográfica de análise (1:250000) foi essencial para que toda a área da Bacia do Paraibuna pudesse ser estudada e assim suas sub-bacias e municípios.
Quanto aos 37 municípios que compõe a Bacia do Paraibuna, 18 apresentaram áreas de Alta Instabilidade, são eles: Bias Fortes, Lima Duarte, Santa Bárbara do Monte Verde, Juiz de Fora, Belmiro Braga, Rio Preto, Olaria, Bom Jardim de Minas, Santa Rita de Jacutinga, Passa Vinte, Quatis, Bocaina de Minas, Itatiaia, Valença, Paraíba do Sul, Comendador Levy Gasparian, Chiador, Santana do Deserto. Por fim, conclui-se que este estudo será uma ferramenta importante que subsidiará estudos de maior detalhe para a Bacia do Paraibuna uma vez que já foram definidas as áreas de Alta e Altíssima Instabilidade e suas características principais.
Palavras-chave: Movimentos de Massa, SHALSTAB, Bacia Hidrográfica do Rio Paraibuna.