64ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO JUNTO COM SEU FAMILIAR
Carla Elane Silva dos Santos 1
Franck Nei Monteiro Barbosa 2
Mônica Alves Souza 3
Lucas Vinicíus Bulhões Ribeiro 4
Camila Fabiana Rossi Squarcini 5
Luzia Wilma Santana da Silva 6
1. Bolsista de Iniciação Cientifica- NIEFAM- Depto de Saúde -UESB
2. Prof. Esp./ Colaborador - NIEFAM-Depto. de Saúde - UESB
3. Bolsista de Extensão - NIEFAM-Depto. de Saúde -UESB
4. Voluntario de Extensão- NIEFAM-Depto. de Saúde -UESB
5. Profa. Ms ./co-orientadora – NIEFAM-Depto. de Saúde - UESB
6. Profa. Dra./Orientadora – NIEFAM-Depto. de Saúde - UESB
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento populacional é um fenômeno de amplitude mundial, característico tanto dos países desenvolvidos quanto dos países em desenvolvimento. Refere-se a um fenômeno que acarreta modificações funcional-motora e psicológica que pode estar ou não acompanhada de doença. Nesse sentido é fundamental que o envelhecimento seja com qualidade de vida, compreendida pela Organização Mundial da Saúde como sendo a auto percepção da pessoa sobre a posição na vida dentro do contexto da cultura e dos sistemas de valores como a sua moradia, e sua relação aos seus objetivos, suas expectativas, seus padrões e seus conceitos. Embora a qualidade de vida seja segundo a percepção de cada pessoa, a família também é responsável. Assim, estudos demonstram que esta instância auxilia na melhoria da qualidade de vida de seu membro idoso. Além da família destacamos também o exercício físico como contribuinte para melhora da qualidade de vida, uma vez que melhora as condições bio-psico-sociais. Entretanto, como se dá o padrão de qualidade de vida de idosos que participam de um programa de exercício físico junto com sua família? A partir dessa pergunta emerge o objetivo do estudo de avaliar a qualidade de vida de idosos praticantes de um programa de exercício físico junto com um membro de sua família.
METODOLOGIA:
Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UESB (nº 214/2008) foram selecionados 22 idosos com hipertensão arterial de ambos os gêneros, sendo adotados os seguintes critérios de inclusão: estar cadastrado nas Unidades de Saúde da Família e no Projeto de Extensão do NIEFAM, apresentar atestado médico, estar com um membro familiar presente durante todo o estudo. Como critério de exclusão foi adotado a mudança na medicação ou o abandono do exercício físico. Cada participante passou por uma avaliação antes e após o programa de exercício físico para avaliar a qualidade de vida. Assim, para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o The World Health Organization Quality of Life Bref - WHOQOL-BREF indicado pela Organização Mundial da Saúde na versão validada para o português. O questionário apresenta quatro domínios: físico, psicológico, meio ambiente e relações ambientais. Cada um desses domínios apresenta especificidades num instrumento de 26 questões. No programa de exercício físico foram desenvolvidas atividades aeróbias num período de três meses, três vezes por semana seguindo recomendações do American College of Sports Medicine. Para análise estatística foi utilizado a análise descritiva no Programa SPSS 15.0 for Windows.
RESULTADOS:
Participaram do estudo 3 homens e 19 mulheres idosos (média de 63,59 anos) que demonstraram melhora no domínio social (de 73,86% antes do exercício físico para 76,70% pós o treino) e físico (de 68,78% para 74,3% pós treino), evidenciando o objetivo do exercício físico aeróbio em melhorar a função cardiovascular, musculoesquelética e respiratória, além de proporcionar interação sociocultural do grupo, favorecendo a formação de novos ciclos de amizades contribuindo para uma percepção mais otimista da qualidade de vida. Já o domínio psicológico apresentou leve melhora (de 72,73% para 73,37%) e o domínio meio ambiente teve leve piora (de 62,50% para 62,13%), divergindo da literatura no qual indica a prática do exercício físico como responsável pela melhora da auto-estima. Entretanto, ao refletir sobre as condições de moradia, serviços de saúde e condições de renda na região onde o estudo foi desenvolvido observa-se que no período de execução do estudo a rede de atenção à saúde passou por greve. Esse estudo, como em outros na temática têm revelado a importância da participação da família no exercício físico junto com o membro idoso contribuindo para melhoras no âmbito biológico e psicológico.
CONCLUSÃO:
Com esse estudo ficou evidente que os maiores escores obtidos da qualidade de vida, avaliados pelas pessoas idosas praticantes de atividade física junto com seu familiar, foram nos domínios social e físico, demostrando a grande importância das redes de apoio social e os benefícios alcançados através da realização da atividade física orientada e com a presença da família. Nesse sentido, a inserção da família na atividade física foi considerada positiva para a melhoria da condição física das pessoas idosas. O estudo vem corroborar com a comunidade científica no fortalecimento de tecnologias cuidativas, cuja pratica de exercício físico aeróbio junto com um membro da família melhora a qualidade de vida das pessoas idosas em desvio de saúde por doenças crônicas não transmissíveis. O estudo não finaliza aqui, pois entendemos que a metodologia empreendida contribui no desvelamento das potencialidades da família como unidade de cuidado de seus entes parentais à qualidade de vida e saúde na pratica da atividade física regular conjunta.
Palavras-chave: Atividade Física, Familia, Envelhecimento.