64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
CRIAÇÃO E NARRAÇÃO DE HISTÓRIAS: VIVÊNCIAS E APRENDIZAGENS COM CRIANÇAS DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Sabrina Rios 1
Erica de Oliveira Gonçalves 1, 2, 3
Alba Regina Battisti de Souza 4
Luiza Mazera 1
Neoli Kunrath 1
Yume Koga 1
1. Bolsista CAPES/PIBID – Depto Pedagogia - FAED – UDESC
2. Iniciação Científica – Depto Pedagogia - FAED – UDESC
3. Extensão - Depto Ciências Humanas DCH e Depto Pedagogia – FAED - UDESC
4. Profa. Dra./Orientadora e Coordenadora PIBID - Depto de Pedagogia – FAED – UDESC
INTRODUÇÃO:
O ponto de partida para elaboração do projeto foi o período de interação com crianças 2º ano do Ensino Fundamental. Percebeu-se como reagem de forma interessada e participativa, quando as atividades desencadeiam fantasias e despertam a imaginação delas. Essas reações estão relacionadas ao imaginário infantil que, para Sarmento (2002), exprime-se na experiência emocional das narrativas literárias e nas brincadeiras inerentes ao processo de formação e desenvolvimento da personalidade da criança. Ao reconhecer isto, a escola pode construir alternativas pedagógicas adequadas às recepções específicas desse grupo em particular. A partir dessa discussão e com base nos trabalhos de Freinet (SAMPAIO,1989) - para ele as crianças devem ter oportunidade de criar, construir, expressar-se e pensar mediante vivências – a turma do 2º ano foi encorajada a contar histórias, utilizando-se de diferentes linguagens: desenhos (SOUZA FILHO, 1998), narrativas escritas e expressões corporais. Com isso, o objetivo central do trabalho construiu importantes possibilidades pedagógicas de estímulo à leitura e escrita articuladas às múltiplas formas de expressão e à participação das crianças.
METODOLOGIA:
O projeto foi planejado em conjunto com a bibliotecária da escola CEM Interativo Floresta e bolsistas PIBID/Pedagogia. Para tanto, recorreu-se ao acervo infanto-juvenil da própria biblioteca, do qual foram selecionados os livros “Na Minha escola todo mundo é igual”, de Rossana Ramos e Priscila Sanson (2004) e a “Menina bonita do laço de fita”, de Ana Maria Machado (2000), ambos com propostas de respeito às diferenças e à diversidade. Foram lidos também vários livros de aventura com o propósito de estimular a imaginação. Depois disso, sugeriu-se aos alunos do 2º ano do ensino fundamental que elaborassem suas próprias histórias, utilizando a livre expressão. Alguns escreveram novas histórias, outros fizeram desenhos e ainda houve os que preferiram contar oralmente histórias inventadas por eles mesmos. Todas as crianças apresentaram suas fábulas para o grande grupo, utilizando-se das mais diferentes expressões (escrita, oral, teatro e desenho). Durante a elaboração das atividades, foi observado um sentimento de satisfação com a capacidade criativa de cada um em produzir sua própria história, bem como poder apresentá-la diante dos colegas. Ao fazerem isso, venciam a timidez e abriam espaço para a participação de outros.
RESULTADOS:
Percebe-se que o projeto pode propiciar uma boa afinidade entre bolsistas e alunos, na medida em que houve uma maior interação entre escola e universidade. O objetivo de estimular a leitura e a escrita por meio da livre expressão foi alcançado, comprovando o interesse das crianças na formulação das próprias histórias. A participação efetiva nas atividades indicou o desejo de dar continuidade ao processo de construção de outras fábulas e narrativas. Além disso, teve-se oportunidade de conhecer melhor cada criança, quanto à sua familiarização com a produção escrita e outras linguagens. Os resultados justificam a importância da articulação entre ensino, pesquisa e extensão universitária.
CONCLUSÃO:
A narração de histórias como possibilidade de instigar a aprendizagem das crianças ultrapassa a idéia de simples ferramenta ou recurso didático: trata-se de um rico canal de comunicação que promove a inclusão social e a autoestima dos pequenos. A construção de valores e desconstrução de preconceitos implicou o desenvolvimento de atitudes positivas, dentro e fora da escola, principalmente no meio familiar. Foi possível, como diz Sarmento (2002), reinventar o papel da escola ao articular o imaginário com o conhecimento e incorporar as culturas da infância nas condições e possibilidades de aprendizagem. A continuação do projeto prevê uma oficina para elaboração de um livro com trabalhos de todas as crianças. Também se prevê um evento no qual livros serão apresentados à comunidade escolar e às respectivas famílias; em seguida, os autores darão seus autógrafos.
Palavras-chave: Narração, Histórias, Leitura/Escrita.